O número de casos suspeitos de covid-19 (infecção pelo novo coronavírus, SARS-CoV2) no Brasil deve ser ainda maior do que aponta o balanço da tarde desta quinta-feira (27) do Ministério da Saúde, que tem 132 registros, em 16 estados. A declaração foi do secretário-executivo da pasta, João Gabbardo.
"Este número de 132 precisa de uma correção, ele não é definitivo. É muito maior do que 132. O pessoal trabalhou até agora ao meio-dia, pegando informações dos estados, consolidou essas informações e fechou esse número de 132 suspeitos, que preenchem todos os requisitos para serem casos suspeitos. Só que nós ficamos com 213 notificações que ainda não foram analisadas pela nossa equipe", afirmou.
De acordo com Gabbardo, não é possível estimar quantos cumprirão os critérios para serem considerados casos suspeitos, mas ele arriscou um número.
"Dá para a gente avaliar que, na verdade, nós estamos perto de 300 casos suspeitos. O número cresceu muito nestas últimas 48 horas. Evidentemente que isso se deve à mudança nos critérios, à inclusão de novos países, ao fluxo migratório importante de países da Europa, principalmente Itália, França e Alemanha."
Desde o início do monitoramento, já foram descartadas 60 suspeitas. Um homem em São Paulo é o único caso confirmado até o momento.
A alta do número de casos já era prevista, pois o Ministério da Saúde expandiu a lista de países em que há transmissão do coronavírus, que agora inclui 15 localidades, além da China, onde a epidemia teve início.
"Nós ampliamos o escopo de países. Com a situação da Itália, vai aumentar o número de casos notificados, porque você aumento o escopo de [viajantes] oriundos, principalmente da Itália, que é um país de colônia italiana extensa [no Brasil], presença de quase 100 mil brasileiros morando na Itália, que eventualmente vão e voltam. É natural que aumente", afirmou o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, em entrevista nesta tarde.
Antes, era considerado apenas quem apresentou febre e sintomas respiratórios após viagem à China — ou que teve contato com caso confirmado. Agora, foram incluídos também viajantes oriundos da Austrália, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Cingapura, Tailândia, Alemanha, Itália, França, Irã e Emirados Árabes.
"Iniciamos com quem vinha da província de Hubei [China] e que apresentasse sintomas: febre e outro sintoma respiratório, tosse, dor de garganta, dificuldade respiratória... Nós ampliamos em relação ao número de países, mas não mudamos em relação aos sintomas", esclareceu Gabbardo.
Duas pessoas que tiveram contato com o homem infectado com o coronavírus apresentaram sintomas gripais e estão sendo monitoradas, de acordo com a diretora do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo, Helena Sato.
São Paulo tinha até esta tarde 85 casos suspeitos de SARS-CoV2. Por ser a principal porta de entrada de viajantes internacionais do país, o governo do estado criou um centro de contingência para monitorar o avanço do vírus.
Fonte: R7