Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna memória: Dionisio Azevedo – (04/04/1922 – 11/12/1994)

20 de Fevereiro de 2020

Um pioneiro na nossa teledramaturgia

Taufik Jacob, nascido em Conceição de Aparecida, no interior de Minas Gerais, sempre pensou em trabalhar no rádio. Veio para São Paulo com 16 anos de idade e adotou o nome artístico de Dionísio Azevedo.

A carreira vitoriosa começou na Rádio Record em 1941, aos 19 anos de idade, apadrinhado pelo cineasta Lima Barreto. Em 1950 ele já estava nos palcos teatrais e foi um dos primeiros a ir para a TV Tupi participar dos teleteatros da emissora.

Na TV, ao lado de Cassiano Gabus Mendes e Wálter George Durst, foi um dos responsáveis pelas pioneiras experiências da nossa teledramaturgia. No “TV de Vanguarda” da Tupi ele atuava, dirigia e escrevia os roteiros e as adaptações de obras clássicas.

Foi Dionísio Azevedo quem, pela primeira vez, adaptou Guimarães Rosa para a televisão no teleteatro “A Hora e a Vez de Augusto Matraga”, com Lima Duarte no papel principal.

Sua primeira novela como ator foi “Sua Vida Me Pertence” ao lado de Wálter Forster e Vida Alves e ele só voltaria a atuar em uma novela alguns anos depois, em 1964, em “Ambição” na TV Excelsior.

Antes disso se dedicou ao teatro e ao cinema e dirigiu vários teleteatros na TV Tupi. A estréia no cinema foi em “Quase no Céu” e depois fez mais 30 filmes, se destacando em “A Primeira Missa”; “O Pagador de Promessas”; “O Santo Milagroso”; “Independência ou Morte”; “A Pequena Órfã”; “Bacalhau”; “O Caçador de Esmeraldas”; “O Fuscão Preto” e “A Marvarda Carne”.

Nas TVs Excelsior e Record participou de novelas importantes como “Ambição”; “A Moça que veio de Longe”; “A Pequena Orfã”; “As Pupilas do Senhor Reitor” e “Meu Pedacinho de Chão”.

No cinema também se revelou um bom diretor em “Chão Bruto” e “A Virgem” e no teatro se destacou em montagens como “A Morte do Caixeiro Viajante” e “O Balcão”.

O grande sucesso e reconhecimento nacional do público veio em 1978, na TV Globo, quando viveu o personagem Salomão Hayalla na novela “O Astro” de Janete Clair.

Depois do sucesso nessa novela ele ainda passou pela TV Bandeirantes onde fez “Pé de Vento”; “O Meu Pé de Laranja Lima” e “Os Imigrantes”, para em 1982 retornar para a TV Globo na minissérie “Quem Ama Não Mata”. Ainda na emissora encerraria a sua carreira de ator atuando nas novelas “Pão Pão, Beijo Beijo” e “Champagne” e na minissérie “Meu Destino é Pecar”.

Dionísio Azevedo foi casado com a atriz Flora Geny por mais de 30 anos e teve dois filhos: o ator e roteirista Dionísio Jacob, mais conhecido como Tacus e Noel Jacob que morreu ainda menino e já atuava como ator mirim na TV.

Um dos pioneiros da nossa televisão, Dionísio faleceu aos 72 anos de idade, vitimado por um câncer de cérebro, na capital paulista, mas meses antes de falecer recebeu uma justa homenagem com o título de Cidadão Paulistano da Câmara de Vereadores de São Paulo.

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