O advogado Dr. Anselmo Melo conta os motivos que levaram igreja pentecostal brasileira a processar o Netflix e o Porta dos Fundos e qual o objetivo do processo
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A ação que foi distribuída para a 5ª Vara Cível do fórum de Campo Grande do TJ do Rio de Janeiro, em nome da Igreja Pentecostal Brasa Viva contra o Porta dos Fundos e a Netflix, se tornou um dos assuntos mais comentados do mundo jurídico recentemente por ter um valor indenizatório considerado inédito para este tipo de causa: 1 bilhão de reais.
O advogado que está a frente do processo, o Dr. Anselmo Ferreira de Melo da Costa, esclarece o motivo e o propósito desta ação movida contra o grupo humorístico e a gigante do streaming: “o novo especial de Natal do Porta dos Fundos, veiculado pela Netflix, intitulado ‘a última tentação de Cristo’ é infame e satiriza símbolos sagrados do cristianismo, incluindo a pessoa divina do próprio Jesus Cristo. Por isso a igreja pede, entre outras coisas, o pagamento por danos morais no valor de R$ 1 bilhão que serão revertidos totalmente para obras de caridade em instituições sérias”.
O caso se tornou conhecido nacionalmente após o jornalista Ancelmo Góis, colunista do jornal O Globo falar sobre a situação, o que gerou grande repercussão na imprensa.
Motivações
Segundo o consultor e advogado, Dr. Anselmo Melo, o objetivo da igreja não é o enriquecimento, mas sim transformar a situação em algo verdadeiramente benéfico para a sociedade: “o valor da indenização não irá para a igreja e sim para todas instituições filantrópicas do Brasil, objetivando tornar uma sociedade com mais respeito e dignidade. A igreja entende que o Porta dos Fundos e a Netflix estão prestando um desserviço para a sociedade, e que por isso a compensação indenizatória é justificável”.
Polêmica ao redor do mundo
O polêmico especial de natal do Porta dos Fundos causou a revolta de evangélicos, católicos, espíritas, entre outras denominações da sociedade brasileira, e até mesmo em outros países, como Estados Unidos, Portugal, Espanha e Polônia, onde o premiê polonês apelou à Netflix que retirasse o filme do ar.