O ato de intimidação (física ou psicológica) em crianças e adolescentes, conhecido como bullying, geralmente acontece em ambiente escolar. A aparência física é um dos principais motivos que geram tais ameaças.
Em 2015, o Programa Internacional de Avaliação de Estudantes já apontava que um entre dez alunos brasileiros eram vítimas de bullying.
Quando a aparência física está no protagonismo de situações de humilhação, muitos são os meninos e meninas que optam por cirurgias plásticas reparatórias.
As orelhas salientes estão entre os principais incômodos estéticos entre as crianças e adolescentes. A otoplastia, ou seja, cirurgia plástica com a finalidade de corrigir tais formações acentuadas é a mais comum na idade, e pode ser feita a partir dos 06 anos de vida. O interessante é que nesse período, o desenvolvimento das orelhas está praticamente completo no tamanho e estrutura. “A orelha só volta a crescer na velhice.” Aponta o Dr. Álvaro Sá – Cirurgião plástico, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Alguns casos de má formação vascular e também faciais, como a lesão cutânea vascular proliferativa (hemangioma) são fatores que podem levar os pais de uma criança a optar por uma cirurgia plástica reparatória.
Apontamos ainda o lábio leporino, formação congênita de apresentação variável e que ocorre durante o desenvolvimento do feto. As cirurgias reparatórias nesse caso podem iniciar quando o indivíduo ainda é bebê, e a partir dos 03 meses de idade. A boa saúde, o peso ideal e a ausência de anemia são fatores imprescindíveis para o procedimento.
A tão conhecida cirurgia plástica reparatória na região do nariz é feita na adolescência, quando há o amadurecimento do esqueleto facial. As meninas levam vantagem quanto à idade para o procedimento.
“A partir de quinze anos é possível fazer cirurgia de nariz para as meninas. Nos meninos é um pouco mais demorado, ou seja, a partir dos dezesseis, dezessete anos. É claro, considerando individualmente cada caso.” Explica o Dr. Álvaro.
A ginecomastia (crescimento das mamas fora do normal em meninos) e gigantomastia (mamas muito grandes em meninas) comuns na adolescência são fatores que levam os jovens a buscarem por procedimentos estéticos.
Vale lembra que o fator mais importante quando se pensa em cirurgia plástica para crianças e adolescentes, é sempre o desenvolvimento corporal. “Uma cirurgia executada num momento errado pode prejudicar o crescimento ou em alguns casos se você faz no momento errado do crescimento, você pode necessitar de mais de uma cirurgia.” Finaliza o Dr. Álvaro Sá.