Viver - Saúde

Chegando ao Sudeste, óleo despejado na costa brasileira pode ser tóxico ao corpo humano

13 de Novembro de 2019

O óleo despejado na costa brasileira, que assustou o mundo ao aparecer em praias do Nordeste, tem sido pauta diariamente nos principais jornais e portais de notícias do Brasil e do exterior. Agora, o óleo acaba de chegar ao Sudeste do país, com pequenos fragmentos encontrados em paias do Espírito Santo. A suspeita do Governo Brasileiro é de que o vazamento partiu do navio petroleiro grego Bouboulina, que estava carregado com 1 milhão de barris de petróleo. Além do impacto ambiental causado, é bom se atentar aos danos que o contato com o óleo pode causar ao corpo humano.

O petróleo possui elementos como benzeno, tolueno e xileno, que trazem riscos graves à saúde, e os efeitos podem variar de acordo com a exposição. Segundo a bióloga Shaiany Vellozo, assessora científica do DB Toxicológico, se a exposição for aguda, por meio de contato acidental, por exemplo, ela pode causar lesões cutâneas, como queimaduras, reações alérgicas e lesões respiratórias. “Exposições por longos períodos podem causar danos maiores e irreversíveis como infertilidade, leucemia e alterações genéticas que se tornam hereditárias, ou seja, mutações que podem ser transmitidas aos filhos”, detalha a especialista.

No Brasil, a Norma Regulamentadora nº 7 (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – NR-7/PCMSO) e a Portaria nº 24 da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, de 29 de dezembro de 1994, estabelecem parâmetros biológicos para controle da exposição de cerca de 30 agentes químicos. Entre eles estão os elementos químicos do petróleo, muito comum em indústrias petroquímicas e de combustíveis. O DB Toxicológico atua na realização de exames para toxicologia ocupacional, abrangendo todas as substâncias contidas na norma. Nesse sentido, a toxicologia ocupacional serve como instrumento para avaliar as exposições a esses agentes químicos e fornecer dados para ações mais eficazes a fim de prevenir, controlar e mitigar situações como essas. 

A melhor forma de prevenção contra a intoxicação por esses elementos ainda é a prevenção. “Quando há um controle interno dentro das empresas, visando segurança e saúde, os trabalhadores são orientados ao uso de equipamentos, e suas exposições a certos elementos químicos são monitoradas. No caso do desastre ambiental ocorrido nas praias brasileiras, é importante indicar que os voluntários busquem informações com os órgãos responsáveis pela limpeza de como eles podem se proteger durante o trabalho para prevenir quaisquer danos”, completa Shaiany.

Em caso de intoxicação aguda, o ideal é sempre procurar um serviço de emergência hospitalar informando as substâncias com as quais se teve contato. Shaiany ainda indica que, em caso de intoxicação crônica, é primordial informar o médico com a possível contaminação. “Só assim será possível realizar a investigação com precisão, contribuindo para o diagnóstico e o tratamento”, explica a especialista em análises clínicas e toxicológicas.

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