Os cálculos renais, conhecidos popularmente como pedras nos rins, acometem cerca de 10% da população, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Os pacientes evoluem durante a crise renal com dor lombar de forte intensidade, irradiando para a região da bexiga em decorrência da tentativa de expulsão dos cálculos que obstruem o sistema urinário, associada a sangramento na urina e vômito. Apesar de obstrutivos, pequena parte dos pacientes não desenvolvem dor, o que a longo prazo evolui com perda da função renal e consequentemente necessidade de diálise e posterior transplante renal. Explica Dr. Vinícius Terra, médico urologista.
Causas
Os cálculos renais são mais comuns em pacientes que possuem histórico familiar positivo e hábitos alimentares inadequados como consumo excessivo de sal, proteínas e baixa ingesta de água. Algumas substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico em excesso no organismo, somada a ausência de citrato, se depositam na urina, aglomerando-se e formando os cálculos.
Diagnóstico
O paciente normalmente procura o pronto-socorro já na crise renal. Avalia-se os sintomas e sinais apresentados e com adjunto de exames de sangue, urina e tomografia de abdome total. Posteriormente, na ausência da crise, é indicado realizar uma pesquisa metabólica para descobrir as causas dos cálculos e evitar novas crises.
Tratamento
O tratamento é baseado em tratar as causas e evitar a formação de novos cálculos. Avaliando o paciente de forma individualizada, tendo em vista que a evolução pode ser diferente (um cálculo de igual tamanho em indivíduos diferentes pode ser eliminado ou não). Os pacientes em crise renal são encorajados a mudança de estilo de vida, como aumento da ingesta de água (de dois a três litros por dia), diminuir a ingestão de sal e proteínas, além da correção de outros fatores desencadeadores como a reposição de citrato através de medicação. Os pacientes em crise renal, analisa-se sintomas e sinais (dor intensa e refratária, presença de febre e sangramento) e as características do cálculo (localização, tamanho e consistência) pela tomografia de abdome total. O tratamento cirúrgico, avançado, considerado minimamente invasivo, se faz via canal urinário, sem cortes com uso do laser e com elevada taxa de sucesso.
Dr. Vinicius alerta! Existem casos de cálculos assintomáticos, geralmente identificados em exames de rotina, se não tratados evoluem para insuficiência renal, além de que 50% dos pacientes que já tiveram cálculos renais apresentam recidiva em 10 anos. Por isso é importante as consultas urológicas e exames de check-ups periódicos. Concluiu Terra.