Viver - Saúde

Dra. Jaqueline Bifano fala sobre a função da psiquiatria na infância e adolescência

21 de Outubro de 2019

A infância é uma fase muito importante e extremamente complexa, tanto para os pequenos, quanto para os pais. A função do psiquiatra transcende ao diagnóstico, a medicação e o acompanhamento. Cabe ao profissional compreender a dinâmica do processo de desenvolvimento, avaliar possíveis atrasos e disfunções comportamentais como também emocionais, para então estipular métodos de tratamento que melhorem a qualidade de vida do paciente e das famílias. É o ato de avaliar o paciente por completo, suas capacidades, habilidades e déficits. 

 

Deve-se considerar que as queixas inicialmente apresentadas podem representar inúmeras possibilidades a serem avaliadas. Assim, é essencial esclarecer o contexto de surgimento e evolução dos sintomas, bem como fatores relacionados e perpetuadores, pontos fortes e vulnerabilidades, de forma a permitir um correto diagnóstico diferencial para propor um plano terapêutico adequado e individual.

É fundamental uma investigação clínica abrangente das múltiplas questões que envolvem as crianças, adolescentes, familiares que incluem fatores biológicos, psicossociais, genéticos e ambientais ligados ao desenvolvimento. Assim sendo, o processo de estabelecimento diagnóstico deve ser feito de forma cuidadosa, necessitando de entrevistas com pais, cuidadores e outros membros da família, avaliação e exame psiquiátrico da criança ou adolescente no consultório. Em algumas situações, informações de professores e de outros profissionais de assistência, podendo ainda ser indicadas avaliações complementares multidisciplinares conforme o caso.

As avaliações com o Psiquiatra da Infância e Adolescência podem ser úteis em crianças ou adolescentes com alterações no desenvolvimento, sinais de autismo, hiperatividade, problemas de comportamento e conduta, dificuldades escolares e de socialização, alterações no humor, medos, fobias, ansiedade, distúrbios alimentares e do controle esfincteriano, sintomas somáticos e queixas físicas inexplicáveis, entre outros comportamentos patológicos.

Na nossa sociedade, procurar um psiquiatra ainda é um tabu. O preconceito e a relutância em consultá-lo atrasam os diagnósticos, agravam a sintomatologia e, em alguns casos, reduzem as chances de sucesso. A avaliação, o diagnóstico e as intervenções precoces podem permitir que as crianças e adolescentes desenvolvam ao máximo suas potencialidades e assegurem autonomia e adaptação sobre as dificuldades e limitações. É necessário deixar o preconceito e aceitar o auxílio do psiquiatra, profissional que busca a redução do sofrimento e dos prejuízos, além de melhorar a qualidade de vida do paciente e da família”.

Nesta etapa da vida, o psiquiatra é mais do que um simples médico, ele é um orientador, responsável por minimizar as deficiências do paciente e estimular suas habilidades. Não é preciso ter medo, pois o pior déficit é o déficit de informação.

Comentários
Assista ao vídeo