No Brasil, o câncer de estômago é o terceiro tipo mais frequente entre homens e o quinto entre as mulheres. Também é chamado de câncer gástrico, o tipo adenocarcinoma, responsável por cerca de 95% dos casos de tumor do estômago de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
O cirurgião do aparelho digestivo, Dr. Fernando Furlan falou sobre as causas desse tipo de câncer:
‘O câncer gástrico tem seu aparecimento por múltiplos fatores, sendo eles a ingesta de alimentos industrializados e com conservantes, carnes vermelhas em excesso e alimentos ricos em gordura animal, além de poder ter ligação com produtos químicos e genética. Outro fator importante é a presença de alguns tipos de H. Pylori, uma bactéria presente no estômago, que em alguns casos, pode estar relacionada com o aparecimento deste tipo de câncer. Mas não precisa se preocupar e entrar desespero, já que no Brasil a grande minoria destas bactérias tem esta característica cancerígena. A obesidade também é um fator de risco para câncer gástrico’. Explicou Furlan.
Para o médico o diagnóstico precoce do câncer é importante para o sucesso no tratamento da doença.
‘Caso consiga identificar precocemente o tumor, seu tratamento pode ser menos radical, em alguns casos de câncer muito precoce, pequeno e sem infiltração da parede, até a endoscopia pode ser utilizada na ressecção do tumor, ou, em caso de necessidade cirúrgica, pôde-se atingir a cura do paciente de forma menos invasiva’. Alertou o cirurgião.
O diagnóstico é feito com exames de imagens como tomografia e endoscopia, raio x contrastado em alguns casos, todos associados a algum procedimento que permita a identificação de cédulas da lesão através de uma biópsia e exame anatomopatológico.
‘O tratamento curativo em geral é feito com a ressecção do tumor associada a retirada do estômago de acordo com a localização e tamanho do câncer. Além disso os linfonodos do estômago devem ser retirados para se conseguir cura completa. Em alguns casos são necessários medicamentos quimioterápicos para completar o tratamento cirúrgico ou para tentar tornar cirúrgico um tumor que por estar muito avançado, não possa ser operado, tentando assim um resgate deste paciente para uma cirurgia posterior’. Completou Dr. Fernando Furlan.
O câncer de estômago não tem sintomas específicos, porém alguns sinais, como perda de peso e de apetite, fadiga, sensação de estômago cheio, vômitos, náuseas e desconforto abdominal persistente podem indicar a presença da doença. Sangramentos gástricos são incomuns no câncer de estômago, o vômito com sangue ocorre em cerca de apenas 10% a 15% dos pacientes. Também podem surgir sangue nas fezes, fezes escurecidas, pastosas e com odor muito forte.
Mediante a percepção de qualquer anormalidade, o individuo deve procurar o médico, o check-up anual de saúde também é essencial para prevenção e diagnóstico da doença.