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Blindagem de automóveis: entenda como funciona essa alternativa de proteção

11 de Setembro de 2013

 

 

 

 

 

 

 

 

A bordo de um veículo blindado, secretário estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, foge de tentativa frustrada de assalto; bandidos atiraram, mas proteção balística evitou ferimentos

Na noite de terça-feira, 10 de setembro, homens armados tentaram assaltar o secretário de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio, Zaqueu Teixeira, na zona portuária do Rio de Janeiro. Zaqueu estava em seu carro blindado, no banco do carona, quando seu motorista foi abordado pelos criminosos. O condutor acelerou o veículo, que foi atingido por três disparos. A proteção blindada segurou os tiros. O caso acontece pouco mais de dois meses depois de outra ocorrência que ganhou os holofotes da imprensa, quando o jornalista Carlos Tramontina, após ser abordado na zona Sul da capital paulista, acelerou o carro blindado. Os bandidos também dispararam diversas vezes e a tentativa de assalto só não virou tragédia porque o carro de Tramontina era blindado. 

Essa alternativa de proteção tem sido cada vez mais buscada por brasileiros amedrontados com a violência urbana. Somente em 2012, de acordo com a Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin), 8.384 veículos foram blindados no país. Mas como ela é feita? Quais partes do carro recebem a blindagem? Para que tipo de carro o serviço é adequado?

O especialista Fábio Rovedo de Mello, da Concept Blindagens, responde as principais dúvidas sobre o assunto.

1) Qualquer veículo pode ser blindado?

Todos os modelos de carros podem receber a blindagem, com a ressalva de que tenham potência superior a 90HP. Veículos com potência menor – como os de motor 1.0 – não devem receber a proteção, já que o peso da blindagem adicionada ao veículo reduz o desempenho do mesmo, além de provocar acelerado desgaste de peças como suspensão, amortecedores, entre outras.

2) Como é feita a blindagem e em quais áreas do veículo?

Depois de passar por uma vistoria para verificar funcionalidade dos sistemas em geral, o carro recebe uma proteção externa. As peças internas de forração, bancos e sistemas de acionamento de vidros são desmontados, para que a parte opaca (lataria) receba os painéis balísticos. Eles são instalados no teto, portas, painel inferior (onde ficam os pedais), caixas de rodas, pára-lamas dianteiros e painel corta-fogo. Nas colunas, no encosto do banco e tampão traseiro, fechaduras e retrovisores das portas é colocado aço inox. O aço também é fixado em toda a borda do para-brisa, vigia, portas e vidros fixos para impedir qualquer ponto de vulnerabilidade que pode haver nas dobras do painel. Na área transparente do automóvel, os vidros são substituídos por outros especiais, compostos por diversas lâminas de vidros e polímeros. O número de camadas varia de acordo com o nível de proteção.

3) Quanto tempo demora o processo de blindagem?

Normalmente, o trabalho é feito em aproximadamente 30 dias. O aumento da procura pelo serviço, porém, tem feito com que todo o trabalho demore, em média, 60 dias para ser realizado. O ideal durante esse período é que o dono do carro visite a fábrica para acompanhar todas as etapas do processo. Isso gera mais confiança com relação ao trabalho ali realizado e constata que o que foi vendido foi realmente executado.

4) Qual é o nível de blindagem mais recomendado?

O nível mais utilizado do mercado é o III-A, que suporta até que suporta até tiros de pistolas 9mm e revólveres .44 Magnum. Esse nível de proteção é o mais adequado a atual realidade enfrentada nos grandes centros, pois garante proteção contra as maiores ameaças de armas curtas de fogo (revólveres, pistolas e submetralhadoras) existentes nas mãos da criminalidade.

5) Para se blindar um carro, há documentações específicas?

Sim. Tanto pessoa física quanto jurídica precisa apresentar vários documentos, inclusive atestado de antecedentes criminais para solicitar a licença, que é obrigatória junto ao Exército Brasileiro.

Quais cuidados devem ser tomados na escolha da blindadora?

Solicitar documentos que comprovem que a empresa é legalizada junto ao Exército Brasileiro, na Polícia Civil e na Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin). Verificar se os fornecedores utilizados por ela também são legalizados junto ao Exército. Atentar para propostas mirabolantes e preços muito baixos, pois podem estar comprometendo a sua segurança. Comprovar idoneidade da empresa, transparência e tempo de atividade no segmento são outros cuidados importantes que devem ser analisados antes de se bater o martelo e concretizar o negócio com qualquer empresa.

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