Viver - Saúde

Síndrome de Burnout afeta 32% dos brasileiros que sofrem de stress

11 de Setembro de 2019

No último mês de maio, a Organização Mundial da Saúde (OMS), declarou não reconhecer a Síndrome de Burnout como doença, mas sim como um stress  crônico ligado ao trabalho. Um “esgotamento profissional”. Apesar de não ser reconhecido oficialmente como doença, de acordo com a pesquisa da Internacional Stress Maganagement Association (ISMA), instituição internacional voltada à pesquisa e ao desenvolvimento da prevenção e do tratamento de stress no planeta, em 2018, o Brasil era o segundo país com o maior número de pessoas com stress no mundo, ficando atrás somente do Japão.

 

 De acordo com a pesquisa, 72% da população brasileira  sofre alguma sequela vinda do stress, e desses, 32%, tem a Síndrome de Burnout.

 Os número também são comprovados pelo psicoterapeuta Carlos Florêncio. Com mais de 30 anos de profissão, o mesmo tem notado um aumento cada vez maior de pessoas que relatam os sintomas do distúrbio emocional.

 “Em português, a palavra ‘burn’, significa queimar. Uma pessoa com Síndrome de Burnout, faz exatamente isso consigo mesma, ou seja, ela se ‘queima por completo’. No empenho diário por um melhor desempenho no trabalho, deixa todas suas vontades próprias e se sacrifica para demonstrar um melhor resultado. É um esgotamento físico, uma estafa completa. Na maioria dos casos, a pessoa finge que nada aconteceu, mas o corpo não aguenta, e por meio da Síndrome de Burnout, implora por socorro”, comenta Carlos Florêncio, que ao longo de sua carreira já ajudou mais de trinta mil pessoas no Brasil e no exterior, e esse ano lança o livro “Tudo certo!”, que trata sobre esses e outros assuntos ligados à psique e espiritualidade humana.

 Confira abaixo alguns dos sintomas da Síndrome de Burnout explicados pelo psicoterapeuta:

 Trabalho excessivo 

 Atualmente, a falta de tempo é considerada um problema comum na vida da maioria das pessoas. Segundo Carlos Florêncio, um dos primeiros pontos para ficar atento a Síndrome de Burnout, é quando o trabalho excessivo consome a vida pessoal do profissional, ou seja, ele se exclui por completo, não tendo mais tempo para compartilhar momentos com a família, amigos ou praticar atividades de lazer. A vida pessoal é anulada pela incapacidade de se desligar do trabalho.

 Compulsão pela aprovação 

 Mais do que a demonstração por bons resultados, há uma obsessão em demonstrar o próprio valor profissional e ser reconhecido. Mesmo sendo o melhor funcionário da empresa, profissionais com a Síndrome de Burnout, possuem uma compulsão pela aprovação das pessoas ao seu redor, sejam elas superiores ou abaixo de seu cargo. Normalmente, não comemoram as grandes vitórias profissionais, mas têm uma tendência a ter um sofrimento interno interminável, tanto pelas grandes falhas, como também as pequenas ações corriqueiras do dia a dia.

 Mudanças comportamentais 

 O esgotamento profissional é acompanhado de mudanças comportamentais. Intolerância, stress, falta ou perda total de humor, são alguns dos sintomas aplicados nesse estágio. Com foco no trabalho, a pessoa deixa as necessidades pessoais de lado. Não possuem tempo nem para ficarem consigo mesmas. Atos como dormir pouco e sempre estarem trabalhando com o celular, inclusive nas horas das refeições, indicam uma possível Síndrome de Burnout a caminho.

Distanciamento da vida social

 O foco de alguém que sofre de Síndrome de Burnout, muda radicalmente. A pessoa não trabalha para viver, mas sim, vive para trabalhar. O trabalho em si é a única coisa que importa, deixando de lado família e amigos. Nesse estágio, muitas vezes o distanciamento social leva a outros meios de fuga, como o álcool e as drogas.

 Ansiedade

 Movida por uma tensão constante, a pessoa começa a buscar a solução para problemas que talvez nunca existam. A insônia, medo frequente, dificuldade de esquecer do trabalho por um segundo que seja, entre outros sintomas de ansiedade, contribuem com a o aumento da Síndrome de Burnout na pessoa. Normalmente, esse transtorno psicológico, reflete no corpo de maneira psicossomática, em forma de dores de cabeça, tensões musculares, tremores na mão e até mesmo ataques de pânico.

Dr. Carlos Florêncio
Comentários
Assista ao vídeo