Por César de Holanda
Mesmo sem apresentar um futebol vistoso, a seleção brasileira venceu a Copa América 2019. Um feito importante, após 12 anos sem conquistar o título, e um sopro de esperança para a equipe voltar a encantar e ter apoio dos brasileiros nas eliminatórias para a Copa do Mundo do Qatar em 2022. Uma coisa é fato, porém, nunca haverá unanimidade em relação ao time ideal, pois há diversas opções de jogadores atuando dentro ou fora do país, mas já há uma boa base.
Tite |
Criticado a maior parte do tempo, por entrevistas coletivas enigmáticas e algumas idéias contrarias ao torcedor comum, Tite lembrou, em alguns momentos, o Adenor Bach de Corinthians e Grêmio. Jogou feio quando necessário, manteve a defesa consistente, o meio campo honesto e o ataque efetivo, sem uma estrela maior comandando as ações.
Aliás, Tite sempre foi assim. Não há lembranças de um time comandado por ele, jogando para frente, com um futebol encantador. Nem mesmo quando venceu a Libertadores e o Mundial interclubes com o Corinthians. Basta lembrar que, mesmo no alvinegro de Parque São Jorge, o treinador recebeu, durante algum tempo, o apelido de Empatite.
Mas, se há um evolução no treinador, esta é sem dúvida deixar de lado teimosia. Tite abandonou antigas convicções e deu espaço ao cearense e ídolo do Grêmio, Everton Cebolinha. Não à toa, o jogador de 23 anos foi eleito o melhor em campo na partida final e encerrou a competição como artilheiro. Algo intrigante para quem não imaginava, no primeiro jogo, terminar a Copa América com o atacante na equipe principal.
Após, o título, porém, há várias dúvidas para Tite. Uma provavelmente é sobre o futuro papel de Neymar na seleção brasileira. Fica claro que Cebolinha já é uma realidade, Gabriel Jesus voltou a apresentar um bom futebol, Daniel Alves é, sim, uma referência, e o grupo parece mais fortalecido como grupo com o título, o que diminui o espaço para excessos de quem acredita ser uma grande estrela. Além disso, ainda há Vinicius Junior, Paquetá e tantos outros que podem crescer nos próximos meses.
Os ingredientes são perfeitos para o elogiado Adenor conquistar novos êxitos com a seleção. Enfim, para quem sempre adotou a meritocracia e privilegiou atitudes corretas para seus comandados, talvez seja o momento de conversar sério com o ex-menino Ney que já faltou na reapresentação ao PSG e mostrar que o grupo sempre é maior que qualquer estrela.
Aliás, Tite não pode abandonar Adenor e vice-versa.
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