Na década de 1980, quando o professor Edgar Abreu nasceu, começavam a se popularizar os videogames, principalmente com o surgimento do Atari. A partir dali surgiu uma indústria de games, que foi crescendo, inovando, se multiplicando e se especializando cada vez mais. Estima-se que hoje essa indústria representa um mercado superior a 150 bilhões de dólares.
É normal que com o crescimento de um mercado tenhamos o surgimento de especializações. Certamente você já ouviu falar de profissionais que ganham dinheiro testando jogos, outros disputando torneios, recebendo patrocínio, alguns ganham dinheiro jogando, gravando o vídeo e postando em redes sociais. Dois dos 10 maiores canais do YouTube no Brasil são de conteúdos relacionados a games.
Isso parece normal e nada novo. A especialização teve seu primeiro e grande boom com Henry Ford, em 1913. Até então na indústria automotiva, cada chassi era montado por um trabalhador apenas e em aproximadamente 12 horas e meia. Oito meses mais tarde, quando a linha estava já em seu formato final, com cada trabalhador realizando uma pequena unidade de trabalho (especialistas) e o chassi sendo movido mecanicamente, o tempo médio de mão-de-obra por peça foi reduzido para 93 minutos. Talvez esse seja o primeiro grande efeito da especialização.
Edgar Abreu |
Se você vai jogar um game e está com dificuldades para passar algum obstáculo, por que não assistir a um vídeo de alguém que superou essa fase? Será que poderíamos chamar esse gamer de coach? E se ele disponibilizar algum serviço no qual ele fornece dicas específicas, ensinando a jogar o game, já seria um tipo de personal gamer?
Esse tipo de coaching não é problema, pois você vai lá, dá o play no vídeo, vê a dica do profissional e imediatamente pode testar e ver o sucesso, gerando assim uma credibilidade na informação dada.
Mas e o coaching profissional? Um mercado que hoje é estimado em 2,5 bilhões de dólares, que assim como o de gamers vem crescendo exponencialmente e, tal como o aconteceu com a linha de produção de veículos, cada vez mais especializado.
Edgar Abreu |
Existe coaching de tudo que você possa imaginar, mas esse não é o problema, afinal, aprendemos em economia que a oferta só se estabelece se existir demanda. O foco do professor Edgar é questionar a autoridade de alguns coachings, que em alguns casos, não é tão simples de ser verificada apenas dando play em um vídeo e vendo como o gamer passou aquela fase que você não encontrava a saída.
Edgar fala de um coaching que está na moda e que tem alguma propriedade para questionar, que é o coaching financeiro. Basicamente trata-se de um profissional que promete ajudar você a ganhar dinheiro, multiplicar, fazer o dinheiro trabalhar para você... Bom, primeiramente o dinheiro não trabalha. A definição econômica de fatores de produção, de forma resumida, é composta por capital x trabalho, ou seja, capital (onde o dinheiro se enquadra) é concorrente e/ou complementar de trabalho para gerar uma produção, mas nunca um bem substituto.
Relevando os conceitos técnicos e básicos de economia, concordamos que mesmo que o profissional não saiba a diferença de caderneta de poupança e título público federal, mas tenha conseguido ganhar dinheiro, será que ele deve ser seguido? E se esse dinheiro foi ganho com uma herança? Faz sentido segui-lo como coaching financeiro? Achamos que se o conteúdo dele não for relacionado a “como nascer em berço de ouro” ou algo nessa linha, não vemos motivos para aprender algo com um “coach” assim!
Sabe a diferença desse tipo de profissional para o coach de games? É que o de games tem que mostrar em um vídeo ele passando a fase. Além disso, você pode testar e ter o resultado imediato se o que ele gravou foi verdade ou não. Já no caso do nosso amigo especialista em ganhar dinheiro, tudo o que ele precisa é apenas te falar que ganhou, ostentar, enviar prints de supostos saldos bancários etc... Aí, você acreditando nessa receita milagrosa que, em geral promete a riqueza em um curto prazo, passa a ter um guru, uma referência, um coaching e, se você pagar um pouquinho, poderá aprender em um curso como ele conseguiu isso, ou melhor, como ele está conseguindo fazer isso com a sua ajuda. Dá para evoluir, pagar mais e ter sessões individuais, aí teremos o nosso personal banking (prefiro esse termo do que consultor financeiro, tudo em inglês vende mais, além disso, o trabalho que é oferecido também é coisa para inglês ver).
Mas tem algo de bom nos trabalhos desenvolvidos por profissionais como esses a que Edgar se referi, que em geral nunca ganharam dinheiro de verdade, não sabem o que é um fundo de investimento, nunca trabalharam no mercado financeiro, não sabem nem ligar uma calculadora financeira, mas são bons comunicadores, tem um bom marketing e conseguem a proeza de convencer as pessoas, multidões, seguidores, com promessas que jamais poderão ser verificadas no curto prazo. Logo, eles são importantes para a economia, para o mercado, pois trazem fé aos menos providos, de cultura, não de dinheiro.
Tal como um pastor, não importa qual a sua religião ou como você quer chamar. Muitos deles vivem em mundos diferente dos que pregam, ou seja, assim como os nossos amigos, não possuem autoridade. Estamos cansados de ver escândalos sexuais, financeiros, terrorismo, envolvendo nomes de “profissionais da religião”, ou seguidores de Deus, com preferir! Vivem em uma vida regrada de pecados, mas ensinam as pessoas a não pecarem. Vendem promessas de vida eterna, terreno no céu e tantas outras coisas que só poderão ser verificadas no... opa, nesse caso achamos que nem no longo prazo poderemos verificar e acreditamos também que o reclame aqui, apesar do site estar na nuvem, não atende o céu, se é que é para lá que vamos.
Mas como Edgar Abreu disse, assim como os falsos coachings financeiros, os falsos “profetas” trazem algo de bom para sociedade: a fé, a esperança que é a busca insaciável de todos. Já a esperança a qualquer preço é uma dádiva restrita aos menos providos de conhecimento, que aceitam e absorvem conhecimento sem questionar a origem, a pessoa, o histórico, formação técnica, idoneidade, interesses etc, etc.
A dica do professor Edgar Abreu é para você que tem um preço na sua esperança, que sabe o custo do dinheiro, do trabalho, que aprendemos aqui que são coisas diferentes, mas que andam em um mesmo sentido. Aqueles que acreditam que não existe milagre, seja divino ou seja financeiro. Isso chamamos de exceção, pode ser cético, mas é a realidade, e se você entende alguma coisa de estatística, sabe que é mais fácil atingir o sucesso conforme 99,99% das pessoas, com trabalho, dedicação, de forma honesta e a longo prazo do que os 0,01% que utilizaram meios ilícitos ou tiveram sorte, etc. "Sei que minha estatística não deve estar correta, pois vivenciamos um mundo em que os sucessos financeiros, talvez, sejam em sua maioria justificados por desvios de condutas, fraudes, corrupções etc. Bom, mas diz o ditado popular que você é a média das pessoas que convive, essa é a minha estatística e espero que você possa não entrar para estatística de mais uma pessoa enganada, traída ou falida por falsas promessas e receitas milagrosas de sucesso!" conclui Edgar Abreu.
Saiba mais sobre o Professor Edgar Abreu através do Instagram: instagram.com/prof.edgarabreu