Morreu nesta quarta-feira, 19 de junho, o colega jornalista Rubens Ewald Filho aos 74 anos em decorrência de complicações após desmaiar e sofrer uma queda na escada rolante de uma shopping em São Paulo.
O jornalista e crítico de cinema estava internado na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Samaritano desde o dia 23 de maio.
Ewald Filho trabalhou em grandes veículos de comunicação do País, entre eles Record TV, R7, RedeTV!, Rede Globo, SBT, TV Cultura, Veja, Jovem Pan, Folha de S.Paulo, além dos canais por assinatura HBO, Telecine e TNT.
Ewald se especializou na crítica cinematográfica e também comentou as principais premiações do segmento, como as cerimônias do Oscar (onde atuou a partir de 1985).
Rubens também ficou conhecido por ter assistido quase 40 mil filmes entre longas e curta-metragens. Com esse conhecimento, também se notabilizou pela produção de guias impressos sobre cinema, que viraram referência em língua portuguesa sobre a sétima arte.
O amor pelo trabalho levou Ewald a atuar também como diretor, roteirista e ator. Na TV, escreveu e adaptou novelas como Éramos Seis (1977 e 1994), Iaiá Garcia (1982) e Um Homem Muito Especial (1980).
No cinema, apareceu nos filmes Amor, Estranho Amor (1982), As Gatinhas (1970) e A Casa das Tentações (1975). Ewald Filho ainda se destacou como diretor de teatro nas peças O Amante de Lady Chatterley (DH Lawrence), Querido Mundo (Miguel Falabella) e Doce Veneno (Bruna Surfistinha).
Em janeiro de 2017, o crítico assumiu a Secretaria de Cultura de Paulínia, em São Paulo. No entanto, ele deixou o cargo público dois meses depois. À época da nomeação, o governo anunciou que a "missão" de Ewald Filho seria atrair investimentos para colocar em prática projetos como a retomada do polo cinematográfico aberto em 2008 na cidade. Ewald alegou questões pessoais para não dar prosseguimento ao trabalho.
Rubens Ewald Filho não deixa filhos. Reservado, o crítico não comentava sobre a família, mas chegou a revelar em entrevista concedida em 2016 que havia sido casado, mas a mulher morreu por conta de um erro médico. Desde então, ele não quis mais se envolver com ninguém. "Eu não planejei ficar sozinho, mas fiquei. As pessoas nem sabem porque eu nunca conto isso, mas eu fui casado. E ela faleceu de erro médico. Quer dizer, mais uma coisa desagradável da vida, uma coisa que te marca. Aí você não quer nada mais. É uma coisa triste, não vejo porque falar. Dá raiva, dá tudo, desperta as emoções que você por tanto tempo controlou", explicou ao site Risca Faca.
"O Brasil perde o seu maior comentarista e crítico de cinema com a morte de Rubens Ewald Filho. Dono de uma memória prodigiosa, cativou gerações de brasileiros durante as transmissões das cerimônias do Oscar. Jornalista, diretor de teatro e escritor, Rubens Ewald fez da sua paixão pela arte a razão de viver, conquistando amigos e admiradores. Neste momento nos unimos em oração à sua família", diz João Doria, Governador do Estado de São Paulo.
Zacarias Pagnanelli e Rubens Ewald Filho |
Rubens Ewald Filho e Mário Perussi