Por César de Holanda
A lesão do atacante Neymar, no amistoso da seleção brasileira, foi um presente para o técnico Tite. Com o envolvimento do camisa 10 em diversos problemas fora das quatro linhas, a postura do treinador em relação ao jogador do PSG já começava a incomodar torcedores, atletas e, claro, a imprensa.
É fato, porém, que há poucos jogadores na atualidade com a capacidade de decisão de Neymar. Mas, também é fato que ceder a todo momento aos caprichos de “Ney” e sua trupe, desde a Copa do Mundo, contraria o histórico do técnico que sempre adotou o discurso de meritocracia dentro e fora do campo.
Tite, em um passado recente, foi capaz de cortar, Adriano “Imperador”, e o ídolo da torcida corintiana, Jorge Henrique, quando comandava a equipe do Parque São Jorge, portanto, agora, pressionado para conquistar o primeiro título com a seleção brasileira, ter Neymar e seus problemas longe da seleção pode ser benéfico.
As acusações recentes contra o atacante atrapalhavam e muito os preparativos para a Copa América. Vídeos, áudios e declarações de uma garota que, declaradamente, só queria sexo com um jogador famoso, não poderia manchar a história do gaúcho Adenor, nem influenciar um plantel de atletas com ambições futebolísticas maiores que o filho de Neymar pai.
Para Neymar Junior, porém, o episódio pode servir como lição para quem sempre foi Bola de Ouro em mídias sociais e comerciais televisivos e nunca dentro de campo. Aliás, o eterno garoto deveria seguir os passos de outros craques polêmicos como Romário e Ronaldo que antes de se envolverem em um sem número de confusões ganharam Bola de Ouro, Copa do Mundo e conquistaram diversos títulos no disputado futebol europeu, assim como Ronaldinho Gaúcho, um outro exemplo de craque controverso.
Talvez tenha chegado o momento do Brasil mostrar um futebol convincente e coletivo, que não é visto há tempos. Por que não pensar em uma vitória do conjunto na Copa América e não de um personagem?
Tite, no final das contas, perde um bom jogador, mas enfim, ganha uma seleção.
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