A Nutricionista Tamara Hamnle, nutricionista especializada em Alimentação Comportamental acaba de retornar de um treinamento, onde foi habilitada por seis instituições internacionais a realizar hipnose dentro do consultório, para tratar ansiedade, compulsões, depressão, inseguranças e fobias (medos). Foram dias de treinamento intenso, mas que valeram a pena, pois chega com novas ferramentas de trabalho, sempre pensando em auxiliar o paciente na busca do corpo, mente e alma saudável.
“Porém, percebo uma certa falta de informação em relação ao assunto. Afinal, hipnose gera medo na maior parcela da população”, diz Tamara.
A hipnose jamais acontecerá sem a permissão do paciente. É de fundamental importância que a outra pessoa queira ser hipnotizada e que esteja aberta a esse tipo de tratamento. Aqueles shows que vemos na televisão ou no teatro, em que uma pessoa come cebola achando que é maçã, ou que esquece o próprio nome, ou que obedece seu hipnotizador é um show a parte e totalmente diferente da hipnose terapêutica. Na hipnose terapêutica, trata-se doenças e patologias, fobias e compulsões. Trata-se inclusive consumo exagerado de álcool, drogas, traumas de abusos morais, sexuais, depressões, enfim, o que necessitar ser tratado e curado.
A hipnose é um estado de consciência. Nunca se coloca alguém em transe, todas as pessoas que são hipnotizadas foram colocadas em um transe induzido por elas mesmas, quando abertas ao sugestionamento. Essa receptividade abre possibilidades para ideias e percepções jamais aceitas ou entendidas antes. A cada 90 minutos, o nosso cérebro passa por um transe natural, que dura 15 minutos. Você já percebeu que, ao fazer uma tarefa desgastante, ou que exija muita atenção, vez ou outra você se desconecta e olha para o nada, e depois volta a ter foco e concentração? Pois esse é o seu cérebro agindo do modo que foi naturalmente programado a agir, entrando em transe naturalmente. Essas “paradas” são essenciais para garantir um repouso, e depois continuar com foco total.
O estado hipnótico é essencialmente um fenômeno psicológico, que não tem relação com o sono fisiológico, e depende completamente da total cooperação entre o hipnotizador e o paciente. É a comunicação mais efetiva com a mente inconsciente, proporcionando aprendizados profundos, transformando crenças limitantes e liberando o potencial dos recursos internos.
A cura é um processo resultante da interação humana, vindo de dentro do indivíduo (sem metas e definições prévias). Todos possuem os recursos necessários para as transformações de suas vidas. Na hipnose terapêutica, o paciente não fica inconsciente, ele escuta tudo e lembra-se de tudo, a única diferença para uma conversa normal e informal é o estado de sugestionamento alterado, onde o inconsciente do paciente fica aberto a novas coordenadas, mesmo que passando pelo filtro da consciência (afinal, escuta-se e entende-se tudo).
A sessão de hipnose dura, em média, uma hora e os efeitos são sentidos nos dias subsequentes a sessão. Para quem deseja emagrecer, trabalha-se a mudança dos padrões, do comportamento, da conscientização do que o organismo realmente necessita. Faz-se um trabalho de base, que já surte efeitos positivos no emagrecimento, e posterior, trabalha-se a parte das escolhas alimentares melhoradas.
O consciente não se sente confortável com mudanças, mesmo que sejam de nosso interesse. Sua resposta à mudança de comportamento é rígida e unidimensional. Neurologicamente quase todas as mudanças de comportamento e reformulação de hábitos e padrões de vida começam e são controladas por nosso inconsciente.
Para mudar o comportamento de forma efetiva é necessário mandar informação diretamente ao inconsciente. Para alterar de forma eficaz antigos padrões de comportamento, a informação deve ser: diretamente indireta, não manipulatória e ter a intenção apenas de informar, acrescentando novas informações às antigas.
Uma das técnicas é a chamada hipnose ericksoniana, desenvolvida pelo psiquiatra Milton Erickson e muito utilizada na programação neurolinguística.