Colaboradores - Tânia Voss

Xande de Pilares em São Paulo - Entrevista exclusiva

27 de Dezembro de 2018

Uma vida de entrevistas, bate papo, eventos, shows e muita simpatia, assim defino o talento do queridíssimo Xande. Considerado um dos maiores cantores de samba do país, ele tem estilo próprio e é dono de um talento que já circulou o mundo, com sua voz marcante e inconfundível e um jeito bem característico de tornar ainda mais contagiante o ritmo do samba.O cantor Xande de Pilares vai estar no palco do Tom Brasil ,em São Paulo, dia 12/01/2019 para começar o ano com o pé direito.

O repertório é composto por sucessos da carreira do sambista como, “Tá Escrito”, ”Clareou”, “Deixa Acontecer”, “Camarote”, “Elas Estão no Controle” e também novas composições que fazem parte do segundo CD, da fase solo e que se chama “Esse Menino Sou Eu”. Dentre elas, o samba “Tem que Provar que Merece”, “Homem de Lata”, “Cuca Quente”, “Alegre Menina”, “Eu Sou de Jorge”, entre outras. Xande também vai cantar “Gratidão” (André Renato / Ronaldo Barcelos), seu novo single que está tocando nas rádios.

No show, Xande é acompanhado por uma super banda, a “Arca de Noé”, composta por 11 músicos. Sob direção musical de Julinho Santos (violão 6 cordas), vão estar , Valdenir Rio (baixo), Marechal, Azeitona e Thiago Kukinha (percussão), Karla Prieto, Wanderson Assis e Papau (vocal), Fernando Portugal (bateria), Moog (teclado), Diego Oliveira (cavaquinho). Agora saiba mais sobre um dos sambistas mais queridos do Brasil:

Exclusivo

- Como é tocar e cantar para os fãs de São Paulo?

"A minha história com São Paulo começou quando eu fui a cidade  pela primeira vez, em 92, visitar um primo que morava na Zona Sul.  Ele me levou em um samba e eu disse: ‘Um dia ainda vou cantar aqui nesta cidade’. Até que veio a primeira oportunidade em 2002 quando fiz um show na Juventus. Para mim é uma gratidão, uma satisfação muito grande cantar para o público paulistano e do interior também."  

 - Na verdade, existe diferença do samba paulistano com o carioca/ Cadência ou algo parecido?

"Acho que não existe diferença, não, a única coisa que muda entre uma cidade e outra, é o nome de alguns instrumentos. O que a gente chama de Rebolo em São Paulo, a gente chama de Tantan no Rio. Cada um tem a sua forma, a sua cultura, a sua referência. Para mim, cada um tem a sua maneira de colocar o samba em pauta, mas não vejo diferença nenhuma, samba é samba,samba é brasileiro."

- Fale um pouco do novo single que já está tocando nas rádios de todo o País.

"Eu me identifiquei muito com esta música "Gratidão",  pois isso faz parte da minha personalidade e eu fui criado desta forma,sendo grato com quem é grato comigo, em todos os sentidos da vida. Estou muito feliz de ter gravado este samba. Tenho gratidão eterna aos fãs, a quem compra o ingresso, a quem frequentou o meu primeiro pagode, ainda menino, aos que já se foram e alguns que estão por ai ainda. Tenho muita gratidão pelo Arlindo Cruz, pela tia Gessy, pelo Zeca Pagodinho, Mauro Diniz, Mestre Louro e Almir Guineto, estes dois últimos que não estão mais aqui. Gratidão a Jane Barboza, que é a minha assessora de imprensa  hoje, a Evelyn Tavares que já foi, tenho gratidão a Deus, a minha família e a vida."

- Como sente a música brasileira hoje?

"Eu sinto a música brasileira hoje como eu sentia quando eu começava a dar os meus primeiros passos dentro de casa e conseguia distinguir uma melodia, uma letra e uma harmonia. Quando eu nasci, nos anos 70, peguei o início da Jovem Guarda, o samba de Martinho da Vila, Agepê, Clara Nunes, Elizeth Cardoso, Cartola e muitos outros. A música brasileira mostra o poder que ela tem quando ela vai mudando, vai dando o primeiro lugar aos seus vários estilos musicais. No inicio dos anos 80 tivemos o Pop Rock,em meados dos anos 80, o pagode com Zeca Pagodinho, Pedrinho da Flor, Mauro Diniz, Jovelina Pérola Negra e Elaine Machado no Raça Brasileira. Depois chega Beto Barbosa com a banda Kaoma, Raça Negra, Só Pra Contrariar, Negritude, e depois, misturando tudo, Zezé Di Camargo e Luciano, Gian e Giovane, Chitãozinho e Xororó, que já vinham há mais tempo, o Axé Music e por aí vai. É muito gratificante ser brasileiro mesmo com todos os problemas que o nosso país tem. Hoje a gente tem o sertanejo que vive um momento muito bom. Eu vi alguns destes artistas começarem, Marília Mendonça começou no Esquenta, o falecido Cristiano Araújo, Simone e Simaria, Anitta que vive um momento espetacular, Ludmilla, que era MC Beyoncé e se tornou Ludmilla no Esquenta. É muito bom estar vivo pra ver toda essa evolução. Eu vivi numa época onde as FMs tocavam mais músicas internacionais do que a nossa própria música. Hoje a nossa música é consumida em 90 % das rádios."

- Projetos para o ano de 2019 e novidades no carnaval.

"Em 2019, tem muita coisa boa. Estou muito feliz com o trabalho que estou fazendo na Gold (novo escritório). Vou gravar o meu primeiro DVD solo e agradeço a Universal Music por ter renovado o meu contrato. Estou muito feliz e vem muita coisa boa em 2019, se Deus quiser. ", conclui Xande.

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