A chapa era composta de dois militares. Um presidente e o outro o vice. Já há algum tempo os militares almejavam chegar ao poder máximo da república. Afinal, tinham passado por períodos difíceis, e muitos foram punidos por suas ações no passado. Arriscaram serem mandados para a prisão por insubordinação, ou desterrados para unidades militares nos extremos do Brasil. Lá seriam condenados ao desaparecimento e afastados definitivamente da condução dos destinos da república. É verdade que a chapa chegou ao poder graças às fake News divulgadas. Elas eram dos mais diversos conteúdos, mas o que mais impactou os militares foi a fake News que o governo iria mandar prender o futuro presidente, bem como seu auxiliar mais direto. Havia uma política para reforçar o poder civil e o plano para que isso ocorresse era uma provocação as classes armadas. Precisavam ser mantidas com cabresto curto. Estas desenvolveram uma propaganda que a sociedade brasileira estava esgarçada e apenas um governo forte, comprometido com os ideais nacionais e o combate à corrupção seria capaz de traçar um destino de crescimento econômico e social que todos ao brasileiros mereciam. Havia uma clara divisão entre os que preferiam os civis no poder e os que almejavam entregar aos militares, especialmente do exército.
O número de militares que tentavam chegar ao poder foi significativo. Foi divulgado para a população que o simples fato de uma pessoa ostentar um título militar era suficiente para ajudar no combate à violência e a corrupção que se espalhava pelo país.. Era alguém comprometido com a proposta de por ordem na casa e impedir que movimentos políticos perturbassem os cidadãos de bem e o crescimento econômico do Brasil. Para isso era preciso reforçar a campanha para o serviço militar obrigatório e as solenidades do culto à bandeira e outras datas cívicas e símbolos oficiais com a participação de estudantes e intelectuais.
Contudo boa parte do debate circulava na imprensa. Os ataques de lado a lado ficavam cada vez mais intensos. Os jornais publicavam editorais e artigos cada vez mais contundentes, dividiam a opinião pública, especialmente na capital do país. Havia a ameaça de fechamento de jornais. O antagonismo se espalhou para as escolas militares onde os alunos eram doutrinados a aderir à tese de salvação nacional. Os jovens oficiais lá formados se alinhavam contra o domínio político dos bacharéis e casacas responsáveis pela degradação moral e econômica do Brasil. O governo reagia com o regulamento das forças armadas na mão e aplicação rigorosa da lei aos que teimavam em participar da agitação, quer nas ruas, quer nas páginas dos panfletos que circulavam especialmente nos pontos finais do transporte público. O clima era de que, a qualquer momento, poderia haver uma quartelada.
Deodoro da Fonse e Floriano Peixoto |
A podridão tomou conta deste pobre país e para estancar essa sangria é necessário uma ditadura militar para expurga-la, repedia o vice. As elites políticas temerosas de movimentos sociais, ameaças de levantes populares tinham optado pelo apoio a uma chapa de origem militar para a presidência da república.
Apoiaram a candidatura de Deodoro da Fonseca para presidente e de Floriano Peixoto para vice. Se houvesse qualquer impedimento com o titular, o vice assumiria para manter o ideal nacional, afinal o ele era totalmente favorável sobre a necessidade de se impor um governo forte. Não sem razão uma vez que nos primeiros anos do regime republicano as agitações não cessaram. Os numerosos atritos ocorridos logo depois da proclamação da república contribuíram para acirrar os ânimos e criar antagonismos inconciliáveis. Deodoro aguentou a pressão por sete meses, até o dia que os navios da marinha, ancorados na baia da Guanabara, tentaram bombardear a sua casa. O vice assumiu até o final do mandato.