O câncer de próstata - principal em incidência entre os homens (excluindo-se o câncer de pele)- deve registrar 68.220 novos casos neste ano no Brasil, o que corresponde a um risco de 66,12 casos novos a cada 100 mil homens, segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer). E conscientizar a população masculina sobre a importância de exames preventivos é um dos principais desafios no combate à doença.
Por isso, a Campanha Novembro Azul alerta que o diagnóstico precoce é o principal caminho para a cura da doença, que deve causar 359 mil mortes em todo mundo neste ano, segundo a OMS. "Para um diagnóstico precoce é recomendável que homens a partir de 50 anos (e 45 anos para quem tem histórico da doença na família) façam exame clínico (toque retal) e o teste de antígeno prostático específico (PSA) anualmente para rastrear o aparecimento da doença", orienta o médico Saulo Brito, oncologista do InORP/ Grupo Oncoclínicas.
Superar as barreiras do preconceito é um dos principais desafios no combate ao câncer, segundo mostra uma pesquisa realizada em 2017 pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Encomendado pelo Datafolha, o estudo indica que 21% do público masculino acredita que o exame de toque retal "não é coisa de homem". Considerando aqueles com mais de 60 anos (grupo de risco), 38% disse não achar o procedimento relevante.
Sintomas e tratamento
Os principais sintomas do câncer de próstata podem ser semelhantes ao crescimento benigno da glândula, tendo como características dificuldade para urinar seguida de dor e/ou ardor, gotejamento prolongado no final, frequência urinária aumentada durante o dia ou à noite. Quando a doença já está em fase mais avançada, pode ocorrer a presença de sangue no sêmen, impotência sexual, além de outros desconfortos decorrentes da metástase em outros órgãos.
O tratamento depende do estágio e da agressividade em que o tumor de próstata se encontra. Em casos iniciais e com características de baixa agressividade, o acompanhamento vigilante com consultas e exames periódicos deve ser discutido com o paciente, uma vez que é possível poupar os mesmos de algumas toxicidades que o tratamento causa. Nos outros casos de doença localizada, a cirurgia, a radioterapia associadas ou não a bloqueio hormonal e a braquiterapia (também conhecida como radioterapia interna) pode ser realizada com boas taxas de resposta. "Após a cirurgia, em alguns casos é necessário realizar o procedimento de radioterapia pós-operatória para a diminuição do risco de recidiva da doença", diz o Dr. Saulo Brito.
Prevenção
Uma dieta rica em frutas, verduras, legumes, grãos e cereais integrais, e com menos gordura, principalmente as de origem animal, ajuda a diminuir o risco de câncer, segundo o INCA.
Outros hábitos saudáveis, como manter o peso adequado à altura, diminuir o consumo de álcool e não fumar também são importantes para a prevenção.
Os exercícios físicos também são alternativas eficazes na prevenção ao câncer de próstata. Um estudo da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, mostrou que os homens que se exercitavam vigorosamente 3 horas ou mais por semana tiveram risco de mortalidade pela doença 61% menor do que os do segundo grupo.
Ainda segundo o INCA, homens que têm pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos, aumentam o risco de ter a doença de 3 a 10 vezes comparado à população em geral, podendo refletir tanto fatores genéticos (hereditários) quanto hábitos alimentares ou estilo de vida de risco de algumas famílias.
Dr. Saulo Brito, Oncologista do InORP/ Grupo Oncoclínicas. Crédito: Renato Lopes |