Os cuidados do diabetes podem interferir na saúde de outros órgãos, que precisam de atenção redobrada e exames regulares, de maneira a prevenir e tratar problemas.
Para os diabéticos, os pés não são apenas membros de sustentação e, se os cuidados não estiverem em dia, a sensibilidade do membro pode ser afetada, ou até mesmo acarretar em uma amputação.
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Isso acontece, pois os pés estão em uma região periférica, que por si só, já tem circulação mais difícil e, com níveis de açúcar descontrolado, ocorre o estreitamento e endurecimento das artérias, fazendo com que o sangue não chegue aos pés.
Entre os sinais que podem significar problemas, estão: dormência nos pés; perda ou diminuição dos pelos nos pés e nas pernas; micoses; feridas e secreções; pele seca, escamosa ou brilhante; pontas dos pés arroxeadas; rachaduras nos calcanhares; perda de sensibilidade; formigamento ou queimação nos pés; calos em pontos de pressão e constante fricção dos pés; e aparecimento de câimbras em repouso ou ao caminhar.
O primeiro e principal cuidado é o bom controle glicêmico. O uso adequado de medicações e insulina, controle de taxa de glicose, que deve estar entre 80 e 130 em jejum, de maneira geral e, após as refeições, de 160 até 180, e o cumprimento da dieta alimentar adequada, são essenciais, porque a falta de controle da glicemia interfere na circulação, principalmente abaixo dos joelhos, podendo estreitar os vasos sanguíneos.
Recomenda-se que seja feita uma análise diária dos pés, de maneira a notar mudança de coloração e temperatura. É importante também sempre olhar entre os dedos, verificando se há presença de micoses ou infecções. Deve-se notar também se há presença de infecções, cortes, bolhas, calos ou feridas. Caso haja dificuldade para olhar a sola dos pés, pode ser usado um espelho ou pedir a ajuda de um amigo ou familiar para analisar.
Pela alta sensibilidade dos pés, pessoas portadoras de diabetes devem evitar andar descalças ou com chinelos, por serem calçados que deixam o membro exposto. Dessa forma, o pé descalço ou desprotegido fica suscetível a contrair infecções ou feridas, que podem ter a cicatrização prejudicada pela condição diabética.
Quando estiver sentado, o diabético deve procurar apoiar os pés em um banquinho, melhorando a circulação sanguínea da região. Entre os hábitos que devem ser evitados ao sentar estão cruzar as pernas, pois piora a circulação, evitar ficar sentado por muito tempo, procurando levantar e andar um pouco.
Em casos de longas viagens, se não for possível levantar, é recomendado esticar os pés, movimentando-os para cima, para baixo e em círculos e mexendo os dedos. Manter a hidratação também é importante, de modo a evitar desidratação e embolias.
Os cuidados ao lavar os pés também são importantes, sendo recomendado o uso de água morna e sabonete. É necessário deixar a água cair e passar o sabonete delicadamente e, ao secar, enxugar entre os dedos com cautela. Depois, é recomendada também a aplicação de hidratantes ou óleos sobre a pele da parte de cima do pé, e evitar passá-los entre os dedos, na sola e em feridas. O uso do talco não é recomendado, pois pode provocar o ressecamento da pele.
Os cuidados de calos e até mesmo para cortar as unhas requer a análise de um podólogo. As unhas devem ser aparadas com uma tesoura de ponta redonda ou por cortadores de unhas, e nunca devem ser cortadas em formato arredondado, pois o formato facilita o aparecimento de unha encravada e de infecções.
A escolha de calçados também requer atenção. Ao comprar, é recomendado ir à loja na parte da tarde, pois o pé estará do tamanho certo e não ficará apertado depois. O diabético deve sempre procurar sapatos macios, sem costuras, sem bico fino ou com salto muito alto. Deve também ser evitado o uso de sandálias com tiras ou fivelas. Sapatos fechados devem ser usadas com meias de algodão, incluindo o uso de sapatilhas, que devem ser usadas com meias específicas, deixando o pé respirar e absorvendo o suor.
O melhor exercício para os pés é exatamente a sua função: a caminhada. Para isso, é importante se atentar a usar um calçado adequado e confortável e fazer o exercício em uma superfície plana. Se a pessoa apresentar dor ou machucados, é recomendado evitar a caminhada e procure um médico. A endocrinologista afirma que o problema é mais comum após os 65 anos, mas que os cuidados são a principal forma de tratamento.
Fonte: R7