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Carreira de sucesso X Boa qualidade de vida: É possível conciliar?

24 de Abril de 2018

Vivemos em uma era de muita competição no mundo corporativo, fazendo com que as pessoas abdiquem de suas vidas pessoais para produzir mais, ganhar destaque em suas carreiras e garantir o conforto de suas famílias. Mas de que adianta tanto tempo de trabalho se a pessoa mal consegue usufruir da “boa vida” que oferece à família?

 

Este dilema carrega um conceito que desafia a todas as pessoas que trabalham – estejam elas conscientes desse desafio ou não. Quando o tempo que precisamos dedicar à vida profissional “invade” o tempo da vida pessoal, surge a necessidade de conciliar esses dois aspectos, desenvolvendo estratégias que acomodem o equilíbrio entre ambas. É difícil, mas não impossível.

 

Não existe uma fórmula universal que funcione para todas as pessoas, afinal, cada indivíduo é único e tem recursos e situações particulares. A única coisa certa é que um dia tem apenas 24 horas. Como e onde você dedica esse tempo é uma questão de prioridade e disciplina.

 

É preciso aceitar que essa situação existe e precisa de atenção, porque ela tem um impacto na sua vida pessoal e profissional (e nas vidas das pessoas que dividem esses espaços com você). O mais importante é conhecer a você mesmo em profundidade, para poder elencar suas prioridades e fazer escolhas certas, sem correr riscos mal calculados em nenhuma das esferas de sua vida.

 

Confira as dicas da Coach Executivo e Empresarial,Ana Cristina Lessa Simões:

 

Definição de prioridades

A primeira pergunta a ser respondida é: o que eu quero alcançar na minha vida profissional? E na minha vida pessoal?

A segunda é: quais são as atividades que eu desempenho diariamente na minha rotina profissional? E na minha vida pessoal?

Responder às questões propostas não é simples e nem mesmo rápido, e exige que o indivíduo esteja disposto a ir fundo nessa atividade. Liste as coisas que faz, os papéis que desempenha e analise sua agenda de compromissos para identificar onde seu tempo está, de fato, sendo empregado.

 

Sem essa base de informações precisas, fica muito difícil estabelecer as prioridades, porque, para isso, é preciso separar suas atividades em três grupos:

 

(1) Atividades que podem ser desempenhadas por outras pessoas e que devem ser atribuídas a outras pessoas;

(2) Atividades que sejam puros “ladrões de tempo” e que devem ser eliminadas;

(3) Atividades que só podem ser realizadas pelo próprio indivíduo.

 

A partir dessa seleção, basta organizar as atividades do grupo 3 em ordem de importância. Pode-se até atribuir uma nota de acordo com a importância da atividade, para ficar bem clara a ordem de prioridade. Por fim, é necessário confrontar os dois outros grupos, alinhando o que pode ser descartado da sua rotina, e o que pode ser delegado a outras pessoas. É preciso reforçar que esse exercício exige coragem e disciplina, como qualquer processo de mudança que desejemos implementar em nossas vidas pessoais e profissionais.

 

Como evitar que a tecnologia nos isole do mundo real?

A dimensão que a tecnologia ocupa no mundo atual torna essa separação cada vez mais difícil. Os smartphones e os aplicativos facilitaram tarefas, encurtaram distâncias, mas, por outro lado, nos tornaram disponíveis o tempo todo, e em qualquer lugar. É necessário delimitar espaço e tempo em que estejamos off-line, para que possamos nos dedicar à presença e atenção requeridas, seja da família ou de amigos.

 

Qual é a importância de saber relaxar e descansar?

Voltando ao fato inquestionável de que o dia só tem 24 horas, é preciso lembrar que esse é o tempo bruto de que dispomos. O tempo líquido deve ser o que sobra ao descontarmos dessas 24 horas o tempo que deve ser dedicado à atenção de nossas necessidades fisiológicas e de saúde e bem-estar. E o conceito de bem-estar integra as dimensões física, mental, social e intelectual, bem como o propósito de vida de um indivíduo. Por isso, é imprescindível incluir, na lista de prioridades, atividades que atendam a essas dimensões da saúde, tais como sono, alimentação, exercícios físicos, encontros com amigos e pessoas queridas, boas leituras, música, cinema, lazer. A meditação desempenha um papel importante no equilíbrio pessoal e contribui para o relaxamento e o descanso em um nível mais profundo. Algumas modalidades de meditação difundidas mais recentemente – como a atenção plena ou mindfulness – podem ser aprendidas e praticadas pelo indivíduo em sua casa, até mesmo numa pausa do trabalho, e vêm apresentando resultados comprovados cientificamente.

 

A importância de definir metas

Mais importante do que definir as metas, é estabelecer objetivos e selecionar atividades que conduzam a eles e que possam ser implementadas de forma realista na agenda do profissional. Quando falamos de equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, é comum o indivíduo, ao perceber que precisa fazer mudanças nesse sentido, fazer planos como acordar mais cedo, fazer ginástica, cozinhar alimentos saudáveis em casa, sair do trabalho mais cedo, ficar com a família, ler um bom livro e estar na cama a tempo de dormir, pelo menos, 8 horas por noite. Tudo isso pode parecer perfeito. Mas dificilmente é possível implementar um plano tão perfeito de uma vez e fazê-lo funcionar. Sempre há imprevistos, como uma viagem a trabalho, um atraso motivado pelo trânsito, ou algo que desmorona a estrutura toda. Daí vem a desmotivação, e a mudança não acontece. Num processo de mudança sustentável, a análise cuidadosa das alternativas de ações acaba por constituir um Plano de Ação que vai ser implementado aos poucos, através da experiência e da reflexão sobre os resultados da experiência realizada. As experiências bem-sucedidas vão sendo inseridas pouco a pouco na rotina, e tendem a ser implementadas definitivamente aquelas que melhor se adequam à vida real e aos recursos disponíveis que o indivíduo possui. Definir um número semanal de horas de exercícios físicos permite uma distribuição flexível e mais realista do que matricular-se na aula de spinning das 19h30 todos os dias, por exemplo. O importante é avaliar constantemente o que está sendo feito versus objetivos e prioridades estabelecidos.

 

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