Foto: Divulgação |
Tomar remédios por conta própria tem potencial nocivo, podendo causar reações alérgicas e até intoxicação
Paracetamol, dipirona e aspirina estão entre os medicamentos mais tomados sem prescrição médica. As famílias têm a própria farmácia de remédios sem tarja em casa para aliviar uma dor de cabeça repentina, cortar a febre e diminuir sintomas de um resfriado. Apesar de parecer uma solução, a automedicação pode trazer graves consequências para a saúde.
“A ingestão recorrente desses medicamentos pode aumentar a resistência de microrganismos e comprometer o resultado de um tratamento, no caso dos antibióticos e anti-inflamatórios”, alerta Dr. Giovani Carvalho, cirurgião geral e médico responsável pela clínica HCJ Especialidades Médicas.
Além da resistência, a automedicação pode agravar uma doença, uma vez que o uso incorreto – do tipo e da dose do remédio – pode esconder outros sintomas, e ser uma combinação inadequada, anulando ou potencializando o efeito do outro se mais de um medicamento for ingerido, causando até reações alérgicas e intoxicação.
Entre 2002 e 2012, o Brasil registrou mais de 300 mil casos de intoxicação devido ao uso incorreto de medicamentos, de acordo com os dados mais atualizados do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas. Isso significa um crescimento de quase 30% no período. “Infelizmente, as estatísticas só estão aumentando. O melhor caminho para prevenção desses casos é a conscientização das pessoas e a busca por ajuda de especialistas”, alerta o especialista.
O médico aponta alguns riscos da automedicação:
· Se usado de forma contínua, o medicamento pode ter seu efeito anulado ou trazer outros problemas para sua saúde;
· O remédio pode esconder outros sintomas e doenças mais graves;
· Ao ingerir o tipo e a dose do remédio errados, além de atrasar o início do tratamento adequado, a pessoa pode sofrer com efeitos colaterais e ter reações alérgicas e uma intoxicação.