Os anabolizantes são hormônios derivados da testosterona, que é o principal hormônio sexual masculino. Eles são bastante utilizados por atletas profissionais, ou não, com a intenção de acelerar o ganho e desenvolvimento de massa muscular, além de melhorar sua performance esportiva. A prevalência do abuso dessas drogas chega a 6,4% nos homens e a 1,6% nas mulheres.
“Muitas dessas substâncias são obtidas pela internet ou por fontes duvidosas, muitas vezes não sendo submetidas a testes confiáveis e sendo administradas com doses elevadas e com combinações bizarras”, afirma Dr. Eduardo Barros, urologista e especialista em Andrologia – Medicina Sexual e Reprodutiva Masculina. Tudo isso, por sua vez, torna mais difícil a prevenção e controle de possíveis efeitos colaterais provenientes do uso e abuso dessas drogas.
Existem indicações médicas precisas para uso dessas substâncias. Elas são prescritas, preferencialmente, para pacientes em quadros de desnutrição importante, problemas endocrinológicos e sexuais resultantes da falta de produção de testosterona pelo próprio organismo.
Apesar do efeito estético satisfatório, o uso de anabolizantes pode trazer diversos efeitos colaterais que podem, muitas vezes, ser irreversíveis. Dentre os principais efeitos colaterais temos:
Homem |
Mulher |
Bloqueio da Produção de Hormônios Sexuais |
Bloqueio da Produção de Hormônios Sexuais |
Infertilidade |
Ciclos Menstruais sem Óvulos |
Diminuição do Volume Testicular |
Parada da Menstruação |
Calvície |
Menstruação Intensa |
Aumento das Mamas |
Infertilidade |
Perda da Libido |
Crescimento de Pêlos e Calvície |
Disfunção Erétil |
Perda de Volume Mamário |
Sudorese Intensa |
Surgimento de Estrias |
Surgimento de Estrias |
Aumento do Clitóris |
Acne |
Engrossamento da Voz |
“Quando fazemos uma complementação do uso de anabolizantes externos, o organismo automaticamente interpreta que há um excesso desse hormônio bloqueando a produção natural pelo organismo. Essa parada de produção pode ser transitória ou definitiva de acordo com o metabolismo de cada paciente” explica o especialista. Portanto, o paciente mantém-se “dependente” dessa reposição para poder manter os níveis fisiológicos desses hormônios.
A falta da produção hormonal e de espermatozóides devido ao bloqueio que foi empregado, faz com que haja uma diminuição do volume testicular. Além disso, a falta de testosterona endógena pode levar a alterações na libido e consequentemente na ereção.
A falta de testosterona não age diretamente no processo de ereção, porém sua falta leva a diminuição da libido e faz com que haja uma diminuição pela busca de estímulos sexuais. Além disso, a falta de testosterona tende a deixar o homem com maior labilidade do humor e muitas vezes aumenta seus níveis de ansiedade e depressão. Assim, resulta em uma piora importante da performance sexual e aumento de queixas relacionadas a disfunção erétil.
“O tratamento de pacientes com queixas sexuais relacionadas a histórico de uso e abuso de anabolizantes, consiste em saber se ainda há uso de substâncias anabolizantes e se há possibilidade de sua suspensão; investigação do eixo hormonal através da dosagem laboratorial de seus componentes; reposição correta e orientada dos componentes do eixo caso haja possibilidade; uso de medicamentos que auxiliam o processo de ereção como os Inibidores da Fosfodiesterase Tipo 5 (I5PDE)”, completa Dr. Eduardo Barros.
Assim, o uso de anabolizantes para fins estéticos e de melhora do desempenho físico deve ser desestimulado por profissionais da saúde e de qualquer outra área. Caso realmente o uso dessas substâncias for indicado, faça isso apenas sob supervisão de profissional extremamente qualificado e com experiência para individualizar seu tratamento e que saiba lidar com qualquer das complicações que o uso desses medicamentos pode causar.