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Requisitos para doação de sangue são fundamentais para segurança e qualidade da transfusão

21 de Junho de 2017
 

A atitude é nobre e faz bem, mas doar sangue exige muitos cuidados e não é tão simples quanto parece. Para a hematologista responsável pelo Banco de Sangue do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Tatiana Covas, tais exigências são fundamentais para garantir a qualidade do sangue aos pacientes que, geralmente, estão com a saúde debilitada, além da segurança aos próprios doadores.

As normas para a triagem são internacionais, sendo que o Ministério da Saúde e a Associação Americana de Bancos de Sangue são responsáveis pelo controle.

Tatiana Covas salienta a importância das pessoas entenderem que os critérios são para o bem-estar de todos e que isso não pode ser um empecilho para a doação. “Alcançamos um nível de segurança nas transfusões tão alta, que não podemos regredir”, comenta a hematologista, que explica sete critérios que causam mais dúvidas:

1.Ter entre 16 e 69 anos: Pensando no desenvolvimento fisiológico, aos 16 anos, a pessoa já pode ser submetida a qualquer tipo de testes. Já a idade máxima é por questões de saúde. “Um doador acima de 69 anos está mais propenso a ter alguma patologia”.

2.Pesar no mínimo 50 kg: O Ministério da Saúde permite a retirada de oito mililitros de sangue por quilo de mulheres e nove mililitros por quilo de homens, porém as bolsas de sangue são padronizadas para receber ao menos 400ml, o que explica a exigência de pelo menos 50 kg. Um menor volume retirado acarretaria consequências na qualidade do sangue, uma vez que o volume de substancias contidas na bolsa, necessárias para preservar a qualidade dos seus hemocomponentes durante a estocagem é a mesma.

3.Piercing e tatuagem: Se o piercing estiver em regiões com grandes chances de infecção, é proibido doar por um ano, mesmo após a retirada do acessório. Para as tatuagens, independente do local, a interdição é de pelo menos seis meses. “Hoje os riscos de contaminação são mínimos, mas é importante garantir a segurança”.

4.Viagens: É importante informar as viagens realizadas recentemente, para que o médico possa rastrear ameaças de doenças que podem ser transmitidas pelo sangue. “Quando o doador viaja para áreas endêmicas de malária, por exemplo, a inaptidão é de um ano após o deslocamento. Essa prevenção diminui os riscos de transmissão de doenças que não são testadas no doador”.

5.Feridas ou cortesNão é possível fazer doação de sangue com feridas ou cortes extensos e recentes. O mesmo acontece se o doador estiver fazendo uso de medicamentos para infecções, como gripe ou resfriado. “Existem substâncias circulando neste doador que podem passar para o receptor, acarretando em sérias consequências".

6.Drogas ilícitas e álcool: Segundo o Ministério da Saúde, a maconha não configura como grupo de risco por não ser injetável. Mesmo assim é solicitada a abstinência de 24 horas. “Isso evita riscos até para o doador”, alerta. Já no caso das drogas injetáveis, Tatiana Covas diz que a pessoa se torna inapto em definitivo por questão de riscos de doenças transmissíveis. Uso de drogas inalatórias exclui o doador por um ano.

7.Remédios: Há grande quantidade de medicamentos que impossibilitam a doação de sangue, visando a segurança do doador e receptor. A inaptidão varia de 48 horas à definitiva, dependendo do tempo que a droga fica agindo no organismo do doador.

 
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