A busca por novos conhecimentos e a determinação em aprender um segundo idioma foram essenciais para que o administrador Carlos Ferri, na época com 27 anos, abandonasse o salário fixo e um emprego formal no Brasil rumo à Austrália, para um intercâmbio com duração de seis meses, a princípio. “Tive um apoio familiar muito forte, e isso fez diferença nos momentos em que pensei em desistir. E não foram poucos”, lembra. O que ele não imaginava é que, além da bagagem de vida, a experiência traria uma verdadeira transformação profissional, que o levou ao topo de uma das maiores holdings do País atualmente, o Grupo Zapala.
Carlos Ferri na Sede da Zapala Corp em Sydney Austrália |
Assim que chegou à Austrália, Ferri conta que, apesar de satisfeito com o que estava vivendo, passava a maior parte dos dias pensando em como conseguiria um emprego, já que precisava se manter e sua fluência no idioma ainda era fraca. “Fui trabalhar em um lava rápido e acredito que não vou me esquecer desse dia. Não entendia nada do que meu chefe falava, era desesperador. Mas continuei estudando, me esforçando. Até que saí de lá e fui trabalhar como bartender. Nessa época, já estava um pouco mais confortável com relação à comunicação”, diz.
Aos poucos, Ferri começou a perceber que era possível guardar parte do seu salário para investir. “Eu passei a prestar muita atenção em como tudo funcionava por lá, tentando enxergar as oportunidades. A logística era um segmento ainda muito carente, e havia espaço para oferecer melhorias. Então, juntei dinheiro e comprei um caminhão para fazer entregas”, afirma.
A partir daí, ele começou a pensar na possibilidade de imigração. “Foquei ainda mais no estudo do idioma, e também em estudar uma das profissões que tinham muita demanda pelo governo australiano”, explica. As entregas iam bem e ele aproveitou para adquirir mais três caminhões e fazer cursos na área de Tecnologia da Informação, a fim de se qualificar ainda mais e pensar na criação de um Sistema integrado para facilitar o processo logístico. Foi aí que nasceram a Zapala Services e a Zapala Go. “Percebi que as grandes empresas de transporte internacional tinham depósitos ineficientes, e então criei a Zapala Services, que prestaria serviços especializados em administrar o depósito dessas empresas”, pontua. Mas não parou por aí. Ele também desenvolveu um software para modernizar esse segmento e ajudar sua própria empresa, nascendo então a Zapala Go.
Hoje, aos 35 anos, Ferri mora em Sydnei, na Austrália,onde fica a sede do Grupo. Em 2015, Ferri foi indicado a executivo do ano pela CEO Magazine na categoria startup. As habilidades que o levaram a essas conquistas se devem em grande parte, segundo ele, à mudança de paradigmas e à transformação pessoal trazida pela experiência como intercambista. Devido a essa paixão, o empresário decidiu investir em um novo segmento: uma franquia de agências de intercâmbio, a World Study. A novidade chegou em Ribeirão Preto e se estende a Campinas e São José dosCampos em 2017, junto a um programa de palestras itinerantes nomeado de Experiências pelo Mundo, que pretende passar por diversas cidades oferecendo bate papos e dicas para quem busca vivenciar uma nova cultura. “Me coloco à disposição para falar da minha história, mostrar os altos e baixos e motivar quem tem esse sonho”, diz. “Se pudesse dar uma dica, seria: Tenha foco no aprendizado da língua, tenha a mente aberta para aprender e abandone o "eu" antigo, pois no intercâmbio você conhecerá uma nova pessoa que estava dentro de você e você nem sabia. Eu sou um exemplo vivo disso”, finaliza.
Carlos Ferri Palestrando a convite do Road Show Experiências Pelo Mundo 2017 - Brasil na USP Ribeirão Preto (crédito Hugo Battaglion) |
Alunos se inscrevendo para Palestra na USP em Ribeirão Preto (crédito Hugo Battaglion) |
Auditório do Bloco Didático de Medicina USP em Ribeirão Preto.(crédito Hugo Battaglion) |