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Inchaço, desconforto, mal estar e queda da pressão são alguns dos sintomas típicos das altas temperaturas, principalmente entre as gestantes. Para o ginecologista e obstetra, Fernando Moreira de Andrade, isso acontece por conta do aumento da temperatura do corpo, causando vasodilatação, inchaço de membros inferiores, principalmente à tarde. É possível, no entanto, controlar e diminuir os riscos.
Para Andrade, o inchaço, associados à pressão alta, por uma questão genética ou outros fatores durante a gestação tem risco maior do que o inchaço decorrente das temperaturas elevadas. “O aumento da pressão arterial pode acarretar uma pré-eclâmpsia no final da gravidez e desencadear complicações na saúde da mãe e do bebê”.
O aumento do volume abdominal, típico do terceiro trimestre, pode causar a queda da pressão, principalmente se a gestante dormir de ‘barriga para cima’. O especialista explica que o organismo não conseguirá promover o retorno do sangue venoso ao coração de forma adequada e, como consequência, a grávida sentirá falta de ar, tonturas e até náuseas.
“A queda de pressão provocada pela temperatura elevada e o problema de circulação sanguínea nos membros inferiores, além do desconforto, ainda podem provocar desmaios súbitos. O que é um risco elevado para a gestante e o bebê”, reforça.
Com isso, é importante que a grávida tome algumas providências, como o uso de meias elásticas, manter os membros inferiores elevados sempre que possível e evitar a exposição ao sol.
“Com temperaturas altas, é imprescindível reforçar a proteção solar, pois as grávidas têm maior tendência a desenvolver manchas. Ficar embaixo do guarda-sol, evitar o sol da tarde e não se esquecer do repelente são fundamentais”, recomenda.
Outra dica do médico é com relação ao consumo excessivo de doces, como o sorvete. “O ganho elevado de peso prejudica não apenas o inchaço, como a pressão e até o desenvolvimento da criança, no caso excesso de açúcar no sangue”, afirma. Lembrando que, durante uma gestação, o indicado é o ganho de aproximadamente10 quilos.
Evitar a mudança de temperatura brusca é outra cautela que a grávida precisa ter. Para o especialista, essa oscilação é prejudicial às vias respiratórias e facilita uma infecção. “Neste caso, indico a troca do ar condicionado pelo ventilador, que não promoverá a mudança brusca da temperatura”.
Para auxiliar na diminuição do inchaço e controlar a pressão arterial, Andrade indica a prática da hidroginástica e caminhada, sempre nos horários em que a temperatura for mais amena, como início da manhã e final da tarde, pois esse tipo de atividade promove a melhor drenagem vascular dos membros inferiores e, como consequência, a diminuição do inchaço e melhoria do bem-estar. “Toda e qualquer atividade precisa sempre do consentimento do médico obstetra que acompanha o pré-natal”, frisa o médico.
Alimentar-se a cada três horas com refeições leves e frescas e manter-se hidratada consumindo no mínimo 2,5 litros de água, desde que não tenha problemas de pressão alta, são recomendações práticas e simples que o especialista sugere para que a gestante enfrente as altas temperaturas da melhor maneira possível.
