Nutrição adequada, castração, acompanhamento veterinário e avanços na ciência nos últimos anos prolongaram a expectativa de vida dos gatos domésticos. Na Europa e nos Estados Unidos, o tempo médio de vida de um gato é de 15 a 16 anos. No Brasil, apesar da carência de dados, não é incomum encontrar relatos de gatos que chegaram aos 20 anos. Neste cenário, é importante conhecer as necessidades específicas dos gatos idosos para ajudá-los a enfrentar os efeitos da idade avançada.
“Envelhecimento não é doença. É um processo fisiológico irreversível que faz parte da vida de todo ser vivo. Para que um gato envelheça com saúde, um dos principais fatores é a alimentação adequada. Cada caso é particular, e só o Médico-Veterinário pode indicar o melhor alimento para as necessidades de cada gato”, explica a Dra. Sandra Nogueira, Médica-Veterinária da Royal Canin do Brasil. Os sinais da idade podem aparecer a partir dos 7 anos. Alguns podem ser facilmente identificados pelo proprietário, enquanto outros só ficam evidentes para o Médico-Veterinário com ajuda de exames. “Por isso, é importante fazer check-ups anuais após os 7 anos de idade”, recomenda a veterinária.
“A partir dos 7 anos, o gato normalmente envelhece sem apresentar sinais visíveis”, alerta a Dra. Sandra. Isto significa que ele continuará alerta e ativo, embora seu organismo inicie o processo de envelhecimento. Além disso, no caso dos gatos castrados, existe sempre o risco de ganho de peso devido à redução de sua necessidade energética e ao aumento da ingestão voluntária de alimentos. “Uma alimentação com a quantidade de energia ideal e enriquecida com antioxidantes ajuda o gato a manter sua vitalidade por mais tempo”, afirma a Dra. Sandra. Além disso, é importante que o alimento também contribua na diluição da urina, criando assim um ambiente desfavorável à formação de cálculos urinários, os quais se tornam comuns após a castração.
A partir dos 12 anos, os sinais de envelhecimento podem ficar visíveis, como, por exemplo, o surgimento de pelos grisalhos. Nesta fase, o importante é manter o gato em forma, já que ele ficará mais sedentário, e estimular o seu apetite como forma de evitar a perda de massa muscular.
Veja a seguir os quatro principais sinais que identificam o envelhecimento de gatos.
Sedentarismo
O desgaste das articulações, consequência natural do envelhecimento, dificulta a mobilidade e os gatos costumam evitar subir escadas e móveis. Ao mesmo tempo, o período de sono e repouso pode aumentar notavelmente, com alterações nos horários de sono e vigília. “Para maior conforto, o gato vai procurar algum cantinho tranquilo e de fácil acesso para repousar, de preferência perto de uma fonte de calor, como uma janela ensolarada”, conta a Dra. Sandra. A redução da mobilidade, decorrente do desgaste das articulações, também dificulta a sua limpeza. Por isso, é recomendável escovar regularmente os pelos do gato de maneira suave com uma escova macia.
Problemas renais e gastrointestinais
Os gatos idosos, normalmente, ingerem menos água. Este fator, associado ao aumento da necessidade de líquido, aumenta o risco de desidratação e comprometimento da função renal. Além disso, ocorrem alterações gastrointestinais que interferem na capacidade de absorção de nutrientes e na consistência das fezes.
Envelhecimento cerebral
Gatos idosos também podem apresentar sintomas de disfunção cognitiva devido ao envelhecimento cerebral. “A perda de capacidade de reconhecer o ambiente, representada por eventos como urinar fora da caixinha, procurar o comedouro e miar sem justificativa, é um sinal de envelhecimento cerebral”, alerta a Dra. Sandra.
Perdas sensoriais e dentárias
O envelhecimento cerebral também causa perdas sensoriais, como de paladar e olfato. Estes fatores, associados ao enfraquecimento e consequente perda dos dentes, pode tornar a alimentação mais difícil. “O gato com mais de 12 anos pode ter dificuldade para comer, ou simplesmente não ter estímulo sensorial para o alimento. Isso pode contribuir para a redução do peso e da massa muscular. Desta forma, é importante que sua alimentação seja rica em proteínas e que o croquete do alimento facilite a mastigação. É muito importante que o proprietário fique alerta a estes dois pontos no momento da escolha do alimento do gato idoso”, explica a Dra. Sandra.