Colaboradores - Fabiano de Abreu

Nobel da Paz premia 17 mulheres em sua última edição

8 de Março de 2017

A última personalidade a receber o Nobel da Paz foi o atual presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, em 2016, por seus esforços para acabar com a guerra civil instaurada no país há mais de 50 anos. Foram 130 laureados com a premiação em 97 anos -- entre 1901 e 2016. Entre todos os que puderam receber o reconhecimento por seu trabalho pela paz mundial, 17 são mulheres. Elas ficaram atrás dos 88 homens e das 26 organizações que já levaram o prêmio para casa. Além disso, a maioria delas dividiu o prêmio com outros homens ou organizações.

A historiadora e pesquisadora em história das mulheres e estudos de gênero pela Universidade de Brasília (UnB), Ana Vitória Sampaio, explica que o prêmio visa ao reconhecimento e à publicidade internacional de indivíduos que marcaram sua época. Sobre o número muito inferior de mulheres laureadas, Ana Vitória afirma não encontrar outra razão que não seja a permanência e a naturalização do sexismo. "A história das mulheres já nos mostrou que elas não estiveram ausentes do mundo da ciência, das artes, da tecnologia, da política e até mesmo das guerras. No caso do humanitarismo, a presença de mulheres foi maior ainda, já que elas se lançaram, sem o menor temor, como voluntárias em guerras, zonas de conflito e países arrasados pela miséria, pela fome e pela doença", explica a pesquisadora.

Ana Vitória lembra que  Madre Teresa de Calcutá tornou-se símbolo da luta contra a pobreza na Índia. Algumas são mais desconhecidas, mesmo tendo sido laureadas com o Prêmio Nobel, como Rigoberta Menchú Tum, ativista indígena da Guatemala, e Betty Williams e Maired Corrigan, ativistas da paz e dos direitos humanos da Irlanda do Norte. "Mas, muitas outras ficaram esquecidas. Como disse Virginia Woolf: 'por muito tempo na história, 'anônimo' era uma mulher'", destaca.

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