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Cuidados com Arritmias em crianças

21 de Fevereiro de 2017
 

O “tum-tum” do coração geralmente tem uma frequência regular. Mas, às vezes, o coração sai do compasso. Isso é uma arritmia. O coração pode estar batendo rápido demais (taquicardia) ou muito devagar (bradicardia). Além disso, pode estar fora do ritmo, “atravessando”.

A frequência cardíaca depende de muitos fatores. Por exemplo, quanto mais envelhecemos, mais devagar o coração bate. Quando praticamos exercícios, estamos com febre ou passamos por alguma situação de perigo, ele acelera. Todas essas variações são normais e esperadas.

No entanto, em crianças, o tecido de condução ainda não está totalmente maduro. Por isso, alguns “descompassos” são mais frequentes nos pequenos. O cardiopediatra frequentemente recebe em seu consultório crianças encaminhadas pelo pediatra geral porque percebeu uma taquicardia durante a consulta. Também é comum a própria criança sentir uma aceleração ou palpitação. Às vezes, os mais novinhos não conseguem se expressar bem e dizem que estão com dor no peito, quando na verdade estão sentindo palpitações. 

De qualquer forma, o cardiopediatra pode avaliar se estes sintomas são variações normais, comuns na infância, ou se realmente existe algum problema mais grave. Alguns sinais já sugerem que não há nada sério; por exemplo, se a criança estava com febre ou chorando muito quando foi detectada a taquicardia. Por outro lado, se há alguma história na família de uso de marcapasso ou de morte súbita, é mais provável que se trate de alguma condição mais preocupante.

O eletrocardiograma é o exame fundamental na investigação das arritmias. Com ele, o cardiologista consegue, no consultório, enxergar os sinais elétricos gerados pelo coração e verificar se estão dentro do normal. Outro exame importante é o Holter, em que o eletrocardiograma é examinado ao longo de 24 horas.

Uma vez diagnosticada a arritmia, o cardiopediatra indica o melhor tratamento que, em alguns casos, pode ser um procedimento semelhante ao cateterismo cardíaco, chamado ablação. Porém, na maioria das vezes o tratamento é medicamentoso.

 

Por Renata Mattos - Cardiologista Pediátrica 

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