Saiba mais com a nutricionista Viviane Kim
É crescente o número de pessoas que têm optado por ter uma alimentação saudável no dia a dia. Esse mercado está em constante ascensão e os consumidores estão dispostos a pagar mais por produtos frescos, orgânicos, funcionais e livres de agrotóxicos. De acordo com uma pesquisa realizada pela APAS (Associação Paulista de Supermercados), em parceria com as empresas Nielsen e Kantar Worldpanel, a preocupação dos consumidores brasileiros com a saúde vem crescendo, levando o Brasil ao quinto maior mercado de alimentação saudável do mundo.
Percebe-se que mesmo com o país em crise, as pessoas buscam melhorar a qualidade de vida e optam pela variedade de produtos naturais nos pratos durante as refeições. As perguntas que ficam são as seguintes: o que você está consumindo diariamente é, de fato, saudável? As verduras, legumes e frutas são realmente naturais ou possuem algum tipo de agrotóxico? Difícil saber, não?
Com minha experiência no mercado de nutrição, acredito na importância da alimentação orgânica na mesa das pessoas. Hoje, esses alimentos ricos em nutrientes deveriam ser consumidos com mais frequência por todos. Percebo que ainda há certa resistência por falta de informação.
Além de levar mais sabor para o prato, a alimentação orgânica também beneficia as pessoas que têm uma rotina corrida e conturbada, pois contém mais nutrientes como vitaminas, minerais e antioxidantes, essenciais para manutenção da saúde e disposição para as atividades do dia a dia. Por esses alimentos não possuírem agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, podem prevenir contra doenças que podem surgir no decorrer dos anos ou de forma precoce, como infertilidade, desregulação hormonal, distúrbio do sistema nervoso central e até mesmo alguns tipos de câncer. Vale destacar também que ao consumir um alimento orgânico, o consumidor incentiva produtores que respeitam o meio ambiente, seus recursos naturais e empregados, ou seja, envolve responsabilidade ambiental e social.
Apesar da quantidade de benefícios dos orgânicos, eles ainda são considerados caros e a falta de informação sobre os locais que vendem esses produtos com o melhor custo benefício são as principais barreiras para a introdução desses alimentos na rotina de muitas pessoas. Também existe ainda uma precariedade quando o assunto é disponibilidade dos orgânicos nas gôndolas dos supermercados. Como muitos deles são produzidos por pequenos e médios produtores, o custo da logística acaba dificultando bastante na hora de coloca-los à disposição dos consumidores.
Apesar das dificuldades, existem diversos lugares que são representantes desses produtos. O Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor), por exemplo, possui uma ferramenta com mapeamento dos principais pontos de vendas, cujo objetivo é facilitar a vida do consumidor quando o assunto é a busca pelos orgânicos. Os alimentos podem ser facilmente reconhecidos pelo selo brasileiro de certificação por auditoria, chamado Produto Orgânico Brasil. Esse selo dever ser encontrado em todas as embalagens dos produtos 100% orgânicos.
Lembrem-se: aqueles produtos que atualmente são vendidos em feiras são comercializados sem o selo. Por isso, é preciso saber se o produtor é cadastrado no MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - e está ligado à Organização de Controle Social. Caso o consumidor suspeite de algum produto, ele pode solicitar a declaração de cadastro para confirmar se o alimento vendido é realmente orgânico ou não. Fique atento!