Em 10 anos o número de mortes provocadas por doenças respiratórias como bronquite, enfisema e asma, registrou um crescimento de 20% em todo o país. De acordo com levantamento divulgado pelo Ministério da Saúde, foram 40.608 casos em 2010, ante 33.713 casos em 2000. A falta de acesso a medicamentos para combate e controle dessas doenças, que têm características específicas e distintas, pode ser um dos fatores para o aumento do número de óbitos.
“Muitos não seguem corretamente o tratamento medicamentoso prescrito pelo médico porque, infelizmente, não têm dinheiro suficiente para isso”, diz Rodrigo Bacellar, diretor da PBMA – Associação Brasileira das Empresas Operadoras de PBM (Programa de Benefício em Medicamentos). “É urgente que se criem as mínimas condições para que a população possa se tratar, cuidar da própria saúde. É um dever do Estado e um direito do cidadão”, completa.
Mas uma pesquisa realizada pela Fecomercio na região metropolitana de São Paulo, com base no Índice de Preços e Serviços (IPS) e no Índice de Preços do Varejo (IPV), apontou que no mês de maio os gastos com produtos e serviços ligados à saúde e cuidados pessoais pesaram ainda mais no bolso das famílias. No final do ano passado, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) também divulgou que os gastos com medicamentos estão entre os maiores dos brasileiros.
Na opinião de Bacellar, com a queda de investimentos públicos nessa área, a iniciativa privada ganha extrema importância e deveria ser estimulada pelo governo, indicando o PBM como uma importante opção para a solução desse problema no país. As empresas que adotam o PBM oferecem a seus funcionários subsídios para a compra de medicamentos. Alguns remédios podem ser até 100% subsidiados, embora a média praticada pelas empresas brasileiras seja da ordem de 50%.
“Com esse benefício, o poder de compra das pessoas aumenta, permitindo que muitos tenham as condições necessárias para seguir corretamente o tratamento. No caso de doenças respiratórias, o uso contínuo de medicamentos é fundamental para controlar a doença”, diz Bacellar. No Brasil, funcionários de grandes empresas como Oi, Unilever, IBM, Nestlé e Petrobras, já recebem o subsídio do empregador para a compra de remédios. No geral, em todo o país, são mais de 2,5 milhões beneficiários
Sobre a PBMA - A Associação Brasileira das Empresas Operadoras de PBM foi criada em 2011 pelas quatro maiores empresas do setor: ePharma, Funcional, Orizon e Vidalink. Aqui no Brasil, o PBM (Programa de Benefício em Medicamentos) passou a ser difundido há, aproximadamente, 12 anos. Mas o conceito surgiu na década de 1980, nos Estados Unidos, onde já existem 200 milhões de beneficiários, atualmente. Originalmente, PBM é a sigla para Pharmacy Benefit Management.