Especialista alerta para a importância do tratamento da obesidade infantil.
Dia 11 de outubro é comemorado o Dia Nacional Combate à Obesidade, uma questão que vem crescendo também entre as crianças. A obesidade entre os pequenos, segundo a OMS, já atinge mais de 41 milhões de crianças com até 5 anos de idade, consideradas obesas ou que estão com excesso de peso. Esse quadro, em 1990, totalizava 31 milhões de crianças.
Um estudo da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) concluiu que o número de crianças obesas dobrou. A pesquisa mapeou crianças, com idade entre 10 e 15 anos do entorno da universidade, na Zona Norte do Rio. O levantamento apontou que o sedentarismo também tem se tornado mais frequente entre os menores, afetando diretamente a qualidade de vida.
Para a nutricionista comportamental, Patrícia Cruz, cada vez mais a obesidade tem se tornado um assunto de saúde pública, que deve ser discutido e debatido pelas autoridades em busca de soluções que possam melhorar a qualidade de vida dessas pessoas. No entanto, perder peso não é uma tarefa tão fácil quanto aparenta. “A obesidade é uma doença crônica de múltiplas causas, entre elas a genética, ambiental e psicológica.” – afirma a especialista.
A nutricionista ainda alerta: não se deve culpar o obeso pela doença. É preciso, segundo ela, aprender a tratar a obesidade. “É muito comum escutarmos as pessoas culpando os obesos/gordinhos por estarem comendo um sanduíche ou até mesmo um brigadeiro. O que não ocorre, por exemplo, se um hipertenso comer sal ou alimentos ricos em sódio”, explica.
A especialista também conta que a obesidade infantil é diagnosticada por meio das curvas (Índice de Massa Corporal) desenvolvidas pela Organização Mundial da Saúde, que incluem desde o IMC até o lactente até os 19 anos de idade. “Obesidade e pré-obesidade, são considerados os pontos de cortes entre 97 e 85 respectivamente”, comenta Patrícia.
Os pais que têm filhos com excesso de peso jamais devem culpar ou punir a criança por isso. O que pode ser feito são compras mais saudáveis, para que a geladeira e os armários ofereçam para a criança opções mais nutritivas. Segundo a nutricionista, a obesidade pode vir de hábitos alimentares inadequados e sedentarismo. Quando se trata da obesidade infantil, os pais têm total responsabilidade. “As crianças não fazem compra e nem preparam a comida, as escolhas delas são feitas através do que lhe é oferecido. Por isso, aos pais, com suas crenças e rotinas, que formam o hábito alimentar da criança.” – reforça a especialista.