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Material de Construção

10 de Março de 2016

queda de 22,3% em novembro

O impacto da queda nas vendas não poupou nenhuma região do Estado. No entanto, a Grande São Paulo concentrou os piores desempenhos

O que os lojistas do setor sentiram na pele foi confirmado pelo estudo do Departamento de Economia do Sincomavi. O faturamento bruto real do comércio varejista de materiais de construção da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP) contou com uma queda de 22,3% no último mês de novembro, tendo como comparação o mesmo período do ano anterior. No penúltimo mês de 2015 a receita de vendas no varejo de materiais de construção da RMSP ficou em R$ 1,592 bilhão. O estudo é feito a partir dos dados primários da Secretaria Estadual da Fazenda, que estratifica 16 DRTs (Delegacias Regionais Tributárias) no Estado de São Paulo. Para chegar ao desempenho da RMSP, somou-se o desempenho de quatro DRTs: São Paulo (capital), ABCD (7 municípios), Guarulhos (12 munícipios) e Osasco (19 municípios).

No caso do varejo de materiais de construção, em todas as regiões que compõem a Grande São Paulo, ocorreu redução expressiva da receita bruta corrente de vendas. Na contraposição dos desempenhos dos meses de novembro, nas quatro regiões houve queda superior aos -20%. Já no acumulado do ano, de janeiro a novembro de 2015 em relação ao mesmo período de 2014, a maior redução ocorreu na região de Osasco (-27,4%), porém é visível que nas outras três localidades os recuos beiraram os -10%.

Desempenho do faturamento bruto corrente do comércio varejista de materiais de construção: RMSP

Fonte: FecomercioSP

Considerando o total da RMSP, pode-se afirmar que em 2015, até o mês de novembro, a receita corrente de vendas das lojas de materiais de construção atingiu R$18,123 bilhões, recuo de 11% em relação a 2014, já descontada a inflação do período. É uma queda acima do registrado para o total do comércio varejista no Estado de São Paulo, o qual caiu 6,5% no mesmo período.

O economista Jaime Vasconcellos comenta que o resultado de novembro mostra continuidade das quedas portentosas de vendas nas lojas de materiais de construção na RMSP. “Tal cenário ocorre devido a retração significativa do consumo de famílias e dos investimentos empresariais”. Os índices de confiança de consumidores e empresários tombaram em 2015, refletindo diretamente e de forma bastante rápida em queda de vendas. “Empresas e famílias enfrentam aumentos de custos, de endividamento e, até mesmo, de inadimplência. Em momentos de crise como a atual, há uma natural cautela nos gastos de estabelecimentos e trabalhadores que ainda se mantêm ativos”, explica. Ele lembra ainda que, na verdade, tanto há maior fechamento de empresas quanto de postos de trabalho no Brasil, algo que agrava ainda mais a situação das vendas do varejo como um todo. “Em especial ao setor de materiais de construção, uma vez que a maioria das vendas desta atividade tem maior valor e, normalmente, é necessária aquisição de crédito para fechar o negócio”. Em sua opinião, os números de dezembro não terão tendência distinta do visto até novembro do ano passado e, pelo que já se vivencia em 2016, o País terá um primeiro semestre ainda de redução considerável na receita bruta corrente de vendas.

Sobre o SINCOMAVI – O Sindicato do Comércio Varejista de Material de Construção, Maquinismos, Ferragens, Tintas, Louças e Vidros da Grande São Paulo foi fundado em 18 de outubro de 1934 e representa mais de 35 mil lojistas em 29 cidades da Região Metropolitana de São Paulo (RMSP). Juntas essas empresas possuem faturamento anual superior a R$ 15 bilhões (2013) e respondem por mais de 90 mil postos de trabalho (2011).

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