Colunistas - Rodolfo Bonventti

Era uma vez na TV: Uma Pimentinha e um Cachorrão no comando de O Fino da Bossa

16 de Novembro de 2011


Elis e Jair em O Fino da Bossa

Há 46 anos, em 1965, a TV Record, pelas mãos de Walter Silva, Nilton Travesso e Manoel Carlos, levava ao ar um programa responsável por uma das maiores audiências da emissora em toda a década de 1960: o musical "O Fino da Bossa".

Para apresentar esse marco na história da música e da televisão brasileiras, a emissora reuniu um cantor alegre, irreverente e bom intérprete, Jair Rodrigues, apelidado carinhosamente pelo apresentador Ayrton Rodrigues de "Cachorrão" por causa das brincadeiras e micagens que fazia nas suas apresentações. E para dividir o comando do programa com ele foi convidada uma nova cantora, dona de uma voz excepcional, de muito carisma e personalidade, a "Pimentinha" Elis Regina.

A dupla se formou por brincadeira em um programa "Almoço com as Estrelas", quando Ayrton Rodrigues uniu os dois intérpretes e eles cantaram cada um o sucesso do outro. Era tempo de "Arrastão"; "Upa Neguinho" e "Deixa Isso Pra Lá", entre outros grandes sucessos da dupla.

De um show produzido por Walter Silva, Elis e Jair pularam para a apresentação de "O Fino da Bossa", no horário nobre da TV Record. Os grandes nomes da MPB se apresentavam no programa. Gente como Agostinho dos Santos, Tom Jobim, Alaíde Costa, Vinícius de Moraes, Zimbo Trio, Nara Leão, Baden Powell, Maysa, Sérgio Mendes, Claudete Soares, Chico Buarque de Hollanda e muitos outros.

O programa ficou no ar de 1965 a 1967 e era gravado no Teatro Paramount, sempre com o auditório lotado. Jair Rodrigues e Elis Regina firmaram uma grande amizade e, apesar do famoso gênio da cantora, nunca brigaram durante os três anos em que comandaram a atração semanal da TV Record, sempre exibida nas noites de segunda-feira.

A partir do sucesso do programa, eles gravaram o LP "Dois na Bossa", um sucesso absoluto de vendagem, já que foi o primeiro disco brasileiro a chegar na marca de um milhão de discos vendidos. Os dois intérpretes passaram a ser também dos mais bem pagos do país e dos mais requisitados para defenderem composições nos festivais de música popular brasileira dessa década.


Capa do LP Dois na Bossa

E na próxima semana: a primeira vilã a apanhar nas ruas das telespectadoras.

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