Colunistas - Rodolfo Bonventti

Era uma vez na TV: Uma rede nacional de televisão, o sonho de Boni que vira realidade

7 de Setembro de 2011


Boni

O apelido Boni veio da mãe, quando ainda era muito pequeno. José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, assim como o seu xará do império brasileiro que marcou presença na política da época de Dom Pedro I, não entrou para a TV por acaso, e em mais de 50 anos de carreira, se tornou um dos nomes mais importantes da história da televisão brasileira.

Ele nasceu na cidade de Osasco, na Grande São Paulo, em 1935. O pai tocava violão e cavaquinho e era presença assídua nas estações de rádio na década de 40 e a mãe se dedicava à literatura. Logo após a morte do pai, ele se transferiu para o Rio de Janeiro e a carreira artística começou em 1950, primeiro na Rádio Clube do Brasil e depois escrevendo para a Rádio Nacional do Rio, o programa "Clube Juvenil Toddy".

Mas foi em São Paulo, em 1952, que ele começou a aparecer e ganhar espaço na TV Tupi, onde, além de escrever, também chegou a atuar como ator em alguns seriados e teleteatros. Foi para a TV Paulista e lá chegou a assistente de direção artística. Em 1963, na TV Rio, que neste momento vivia uma grande crise financeira, formou, junto com Walter Clark, uma dupla imbatível.


Walter Clark

Boni voltou para a TV Tupi em 1964 para implantar o seu primeiro grande projeto televisivo: o Telecentro das Emissoras Associadas, a semente de uma televisão nacional, com a mesma programação em todo o território. O projeto não saiu como Boni queria e, em 1967, ele vai para a TV Globo e então a parceria com Walter Clark o transforma em um dos nomes mais respeitados da televisão brasileira.

Foi na TV Globo que seu projeto de rede nacional de televisão deu certo, em 1969, e o primeiro produto foi o "Jornal Nacional", transmitido ao vivo para todo o país. A partir daí, Boni imprimiu sua marca na programação da emissora carioca e criou o que até hoje se conhece como o horário nobre da televisão.

Boni também foi o responsável pelo "boom" das novelas globais ao investir em nomes como Dias Gomes, Janete Clair e Daniel Filho para comandarem o setor e criarem uma teledramaturgia inovadora e bem ao gosto do grande público.

O grande salto de Boni se deu no início da década de 1970, quando se transformou no superintendente de produção e programação da TV Globo. Ele permaneceu na emissora até 2001, quando resolveu se dedicar a prestar consultorias e a investir em sua própria emissora, a TV Vangarda de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, que dirige até hoje com alguns dos seus quatro filhos.


Boni na TV Vanguarda

E, na próxima semana, a Excelsior traz o melhor do cinema europeu para a telinha.

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