Colunistas - Rodolfo Bonventti

Era uma vez na TV: Bruxas, florestas encantadas e princesas na magia do Teatrinho Trol

23 de Fevereiro de 2011



Na TV Tupi do Rio de Janeiro, em 1956, o diretor e ator Fábio Sabag (1931-2008), criou o programa infantil "Teatrinho Trol", que ficou no ar por dez anos, e mesmo em preto e branco, transportava as crianças para um mundo mágico composto por princesas belas e indefesas, príncipes corajosos, bruxas muito malvadas e uma grande floresta encantada.

Os textos eram todos adaptações de obras de autores consagrados como Monteiro Lobato (1882-1948); Maria Clara Machado (1921-2001); Tatiana Belinsky e Lygia Bojunga Nunes, entre outros. O programa foi durante muitos anos ao vivo e era exibido só para o Rio de Janeiro, todo domingo, às 14 horas. A audiência foi tão grande, que as crianças almoçavam correndo para se colocar em frente à tv para não perder uma só fala da grande história.

Além de Fábio Sabag, o programa também tinha o ator Moacyr Deriquém (1927-2002) na produção, e contou com um elenco de fazer inveja a qualquer telenovela brasileira de hoje. A princesa foi durante muito tempo a atriz Norma Blum, depois substituída por Neyde Aparecida e por Íris Bruzzi. A bruxa malvada começou com a grande Fernanda Montenegro, mas quem logo assumiu o posto para não largar mais foi Zilka Salaberry (1917-2005), que conseguiu transformar a bruxa em a grande estrela do programa.


Norma Blum no teatrinho Trol

No papel de príncipe estava o ator Roberto de Cleto (1936-1998). Os outros personagens eram vividos por Carmem Silvia Murgel, Paulo Padilha, Sérgio Viotti, Cláudio Correa e Castro, Antonio Patino, Nair Amorim, Cláudio Cavalcanti, Oscar Felipe, Antonio Ganzarolli, Othon Bastos, Estelita Bell, Edson Silva e os próprios Fábio Sabag e Moacyr Deriquém.

Patrocinado pela fábrica de brinquedos Trol, o programa tinha um mascote, o Dom Trolino, que só se comunicava através de mímica. Quando o programa passou a ser apresentado em videoteipe, ganhou também como patrocinadores o guaraná Antarctica e a Kibon.

Além da qualidade das histórias e do capricho da direção de Fábio Sabag, o programa conquistava as crianças pelos cenários e figurinos, que em plena década de 1950, eram trocados a cada intervalo e tinham muita qualidade e criatividade. O programa inovou em termos de efeitos especiais, utilizando pela primeira vez na tv, recursos como gelo seco, neve de sabão e muitas folhagens e árvores de verdade.


Fábio Sabag no teatrinho Trol

O programa também chegou a se chamar "Grande Teatro Infantil Kibon" e "Vesperal Antártica", mas para as crianças e os adultos, ele sempre foi o "Teatrinho Trol", capaz de levar para a telinha os melhores contos e as mais fantásticas histórias infantis.

E, na próxima semana, o surgimento de mais uma emissora, a TV Rio.

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