Cultura - Teatro

A dramaturgia de Mário Bortolotto e Tennessee Williams se encontram sob direção de Carla Candiotto

9 de Junho de 2015

Contemplado pelo Prêmio Zé Renato de apoio à produção e desenvolvimento da atividade teatral para a cidade de São Paulo, Fala Comigo Antes da Bomba Cair busca o diálogo entre dois autores de países, épocas e expressões diferentes. Trata-se da encenação dos textos: Fala Comigo Como a Chuva e me Deixa Ouvir, que faz parte do conjunto de peças curtas em um ato do autor americano Tennessee Williams, e Vamos Sair da Chuva Quando a Bomba Cair, do paranaense Mário Bortolotto. 

 

 
 

Fala Comigo Antes da Bomba Cair estreia dia 24 de junho no Viga Espaço Cênico, para temporada até 30 de agosto – sempre às quartas e quintas, com direção de Carla Candiotto. No elenco, o casal de atores Flávio Tolezani e Natalia Gonsales.


Como idealizadores, os atores Flávio Tolezani e Natalia Gonsales optaram por reunir em um mesmo espetáculo um texto escrito em 1950 por Tennessee Williams, um dos dramaturgos mais cultuados do teatro universal, responsável por grandes obras teatrais e cinematográ?cas, e outro escrito em 1988 por Mario Bortolotto, reconhecido representante contemporâneo de uma linguagem cáustica e direta. 


Ambos apresentam ao público um jovem casal. Fala Comigo Como A Chuva e me Deixe Ouvir aborda a situação inalterável de um casal que não se adapta às transformações sociais. Vamos Sair da Chuva Quando a Bomba Cairapresenta um casal que luta para vencer os desa?os de uma sociedade contemporânea.

 

Sinopse

FALA COMIGO ANTES DA BOMBA CAIR conta a história de Angela (Natália Gonsales) e Hassim (Flávio Tolezani) que vivem no Rio de Janeiro. Angela é produtora cultural e Hassim um escritor boêmio. Entre Angela e Hassim, existe o amor e a esperança de viverem juntos. Mas, devido às diferenças, a convivência se torna con?ituosa e desa?adora.

 

Enquanto Ângela traz à tona dilemas constantes como trabalho, ?lhos e responsabilidades, Hassim parece acomodado em suas escolhas, preenchendo a vida com poesias, compartilhadas pela companhia de seu gato.

                                                                    

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FALA COMIGO COMO A CHUVA E ME DEIXE OUVIR aborda uma situação inalterável. Não há mais relação entre os personagens e nem perspectiva de convívio afetivo. A solidão vivida por cada um coloca em cheque as expectativas e o senso de identidade.

 

A união desses dois textos que abordam momentos diferentes vividos por um casal jovem surge com a necessidade de discutir o que é real e o que é ficcional. E o que é mais sombrio? A dura realidade? Ou aquela criada para satisfazer os sonhos individuais alimentados por uma sociedade contemporânea?

 

Quando outra pessoa é envolvida para satisfazer as expectativas e as ilusões individuais do outro, os laços amorosos tornam-se frágeis ostentando marcas de uma desagregação já consumada ou então em processo, e assim, aquela euforia de uma relação pode tornar-se sombria e sem esperança quanto às perspectivas de futuro.

 

Dois textos que podem alcançar dimensões excepcionais, onde o sombrio e o cômico se alternam no decorrer das ações dramáticas, onde reinam a poesia, os sonhos e os estigmas da classe média brasileira e norte americana, ambas sufocadas em angústia, medo e carência que se mostram atemporais. O fio condutor deste espetáculo passa pelas mãos do escritor, que costura os pontos de vista dos autores, conduzindo a uma realidade cruel e irônica”, contam os idealizadores.

 

“Para mim, esse espetáculo traduz o amor nos tempos atuais, fala da incapacidade do ser humano de ver o que é real, e de querer recriar a realidade. Angela quer um amor para satisfazer seus desejos, acredita numa relação ideal e inventa ‘Hassim’ com o objetivo de encontrar a felicidade. Hassim, em escritor, um homem que sabe o que quer e, principalmente, o que não quer da vida, inventa Angela para seus propósitos reais e imaginários, e para satisfazer seu comodismo. Uma relação egoísta que nos conduz a uma realidade dura, melancólica, cruel e cheia de humor”, comenta a diretora Carla Candiotto.

 

A encenação

Os dois textos foram costurados pela diretora Carla Candiotto, pelos atores e pelo assistente de direção Bruno Guida. O ator Flávio Tolezani também assina o cenário, que se transforma, ao longo da peça, sugerindo diferentes ambientes frequentados pelos personagens. A trilha do compositor Marcelo Pellegrini, o figurino do Daniel Infantini e a luz de Aline Santini também ajudam a compor os diferentes universos vividos pelo casal.


Ficha Técnica

Idealização: Flávio Tolezani e Natalia Gonsales
Texto: Mário Bortotto e Tennessee Williams

Direção: Carla Candiotto

Assistente de direção: Bruno Guida

Elenco: Flávio Tolezani e Natalia Gonsales

Trilha Sonora: Marcelo Pellegrini

Cenário: Flávio Tolezani

Assistente de Cenografia/adereços: Marcela Donato

Luz: Aline Santini
Figurino: Daniel Infantini

Coreografia: Adriana Telg

Programação Visual: Gustavo Domingues

Fotos de Carla Trevizani

Assessoria de Imprensa: Pombo Correio - Helô Cintra e Douglas Picchetti

Direção de Produção: Marlene Salgado

Produção: Bem Casado Produções Artísticas LTDA

 

Serviço

Viga Espaço Cênico – R. Capote Valente, 1323 - Pinheiros,

Telefone: (11) 3801-1843

Temporada: de 24 de junho a 30 de agosto.

Quartas e quintas às 21h.            

70 minutos.

20 reais.

12 anos.

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