Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA ELZA GOMES (19/10/1910 17/05/1984) A eterna alegria de uma comediante

21 de Maio de 2015

Registrada como Luísa dos Santos Gomes em Lisboa, Portugal, ela era descendente de atores de uma companhia de comédias que se apresentava na capital portuguesa. O pai morreu quando ela tinha apenas 8 anos de idade e a mãe resolveu vir tentar a vida no Brasil com a filha.

Elza Gomes fez 20 novelas e 15 filmes em 60 anos de carreira
 

Quando chegaram ao Brasil se instalaram em João Pessoa, na Paraíba, mas dois anos depois se mudaram para o Rio de Janeiro, onde a mãe, Silvana Gomes, foi trabalhar em uma companhia de teatro de revista.

No início da carreira como atriz na Cia. Procópio Ferreira
 

Crescendo nesses bastidores de comédias e musicais, em 1924 ela estreou nos palcos, com apenas 14 anos de idade, e adotou o nome artístico de Elza Gomes.  Foi no espetáculo musical “A Capital Federal”, um clássico de Artur Azevedo em que ela viveu Juquinha.

E a partir desse espetáculo não parou mais, se especializando em papéis cômicos, mas também participando de montagens teatrais, filmes e novelas vivendo personagens mais dramáticos. Em todas as ocasiões, Elza Gomes foi sempre uma presença iluminada e não passava despercebida por menor que fosse o seu papel.

 Com Paulo Gracindo e Maria Luiza Castelli em "Os Ossos do Barão"
 

Ela trabalhou na Companhia Teatral do ator Procópio Ferreira por muitos anos e lá conheceu o também ator André Villon, com quem viveria uma intensa parceria e história de amor por 46 anos, e que foi interrompida com a morte dela. Detalhe: em todo esse tempo juntos eles só viriam a se casar oficialmente quando a atriz já estava muito mal no Hospital São Lucas, no Rio de Janeiro, cinco dias antes dela falecer.

Com sua alegria constante e um senso de humor apurado, Elza Gomes participou de mais de 300 espetáculos teatrais, fez 15 filmes, sendo premiada como melhor atriz coadjuvante em três deles: “Toda Nudez Será Castigada”; “Nem os Bruxos Escapam” e “Guerra Conjugal” e 20 novelas, sendo 18 delas na TV Globo.

 Elza Gomes e Paulo C. Pereio em "Toda Nudez Será Castigada"
 

A estréia na televisão aconteceu no “Grande Teatro Tupi” em 1955 e nas novelas em 1969, ainda na TV Tupi, onde fez “Enquanto Houver Estrelas” e “O Retrato de Laura”. Foi para o elenco da TV Globo em 1970, onde estreou na novela de Dias Gomes, “Assim na Terra como no Céu”.

Fez vários papéis cômicos em 60 anos de carreira
 

Enquanto no teatro se destacou em espetáculos como “A Dama do Camarote”; “Senhora na Boca do Lixo” e “A Dama das Camélias”, na televisão defendeu papéis expressivos e marcantes em novelas como “Minha Doce Namorada”; “O Primeiro Amor”; “Os Ossos do Barão”; ”Cuca Legal”; “Pecado Capital”; “Duas Vidas”; “Saramandaia”; “Nina”; “Pai Herói”; “Ciranda de Pedra” e “Final Feliz”, seu último trabalho como Dona Sinhá, onde contracenava com o veterano Oswaldo Louzada, no núcleo cômico da história.

Portuguesa de nascença fez toda sua carreira no Brasil
 

Durante a última novela, Elza Gomes passou mal em função dos problemas cardíacos que possuía e que resultaram na instalação de um marcapasso anos antes. Internada para uma intervenção cirúrgica logo depois do final da novela “Final Feliz”, descobriu estar com um câncer pancreático já em fase agressiva.

Internada no Hospital São Lucas, no bairro carioca de Copacabana, Elza Gomes faleceu em 17 de maio de 1984, aos 73 anos de idade, e deixou uma sólida carreira como exemplo para as novas gerações, com inúmeros personagens marcantes e inesquecíveis no teatro, na televisão e no cinema.

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