Colunistas - Rodolfo Bonventti

Coluna Eterna Memória - Jorge Andrade

20 de Maio de 2015

Ele nasceu em uma fazenda na cidade de Barretos, no interior de São Paulo, e foi registrado como Aluisio Jorge de Andrade Franco. Veio para a capital paulista para estudar Direito, mas largou a faculdade no segundo ano e começou sua carreira de sucesso no mundo artístico em 1950, ao ser apresentado para a grande atriz Cacilda Becker na capital paulista.

Jorge desistiu do Direito para se formar ator pela ECA
 

Foi Cacilda que o incentivou a escrever para o teatro, e a primeira peça surgiu em 1951 com o título de “Telescópio”. Mas nessa época ele fazia a Escola de Arte Dramática da USP, onde se formou em 1954, e pensava apenas em ser ator e não dramaturgo.    

 

Em 1955, no entanto, Jorge Andrade escreveu uma obra prima do teatro brasileiro, a peça “A Moratória”, já encenada inúmeras vezes por grandes nomes dos palcos brasileiros, conquistando o Prêmio Saci de melhor espetáculo do ano.

 

O ciclo do café e a decadência dos valores patriarcais na nossa sociedade, e em especial na sociedade paulista, foram sempre uma marca da obra de Jorge Andrade, que escreveu ainda para os palcos outros grandes sucessos como “Vereda da Salvação”; “Pedreira das Almas”; “A Escada”; “Os Ossos do Barão”; “Senhora na Boca do Lixo” e “Rastro Atrás.  

"A Moratória" com Vanda Lacerda e Isabel Ribeiro, o primeiro sucesso
 

Vários desses espetáculos foram montados no Teatro Brasileiro de Comédia, o TBC, e renderam muitos prêmios para Jorge Andrade. E o sucesso nos palcos o levou para a televisão, onde em 1973 escreveu para a TV Globo e para o horário das 22 horas, a novela “Os Ossos do Barão”, baseada na adaptação de dois textos seus: “A Escada” e “Os Ossos do Barão”.

"Os Ossos do Barão" em 1973 com Paulo Gracindo, Dina Sfat, José Wilker e Lima Duarte
 

Foi uma estréia na TV de absoluto sucesso de público e de crítica, o que valeu uma segunda experiência no horário das 22 horas na Globo, agora com a polêmica novela “O Grito”, estrelada por um grande elenco onde se destacavam Glória Menezes, Rubens de Falco, Yoná Magalhães, Walmor Chagas e Ney Latorraca.

 

"Os Ossos do Barão", sucesso no teatro levado para a televisão
 

Em 1979, ele escreveu para a TV Tupi um texto que foi muito elogiado pela crítica especializada e lhe rendeu o prêmio de melhor autor de novelas do ano. Trata-se de “Gaivotas”, estrelada por Rubens de Falco, Yoná Magalhães, Paulo Goulart, Isabel Ribeiro e Márcia Real, Laura Cardoso e Altair Lima.

 "O Grito" foi uma novela polêmica de Jorge para a TV Globo
 

A partir daí ele concentrou seus trabalhos em São Paulo e nas TVs Bandeirantes e Cultura, para as quais escreveu a minissérie “O Fiel e a Pedra” e as novelas “Os Adolescentes”; a premiada “Ninho da Serpente” e “Sabor de Mel”.

A novela "Gaivotas" de 1979 foi sucesso de público e crítica
 

Jorge Andrade morreu aos 61 anos, na capital paulista, vitimado por uma embolia pulmonar, seis meses após sofrer um enfarte durante uma cirurgia, e de ver encerrada no ar sua última novela, “Sabor de Mel”, na TV Bandeirantes, outro sucesso de público e crítica, estrelada por Sandra Bréa, Raul Cortez, Gianfrancesco Guarnieri, Flávio Galvão, Célia Helena, Françoise Forton e Eva Todor. 

Jorge Andrade escreveu a primeira peça em 1951
 
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