Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória - Altemar Dutra

5 de Maio de 2015

Altemar Dutra de Oliveira nasceu no interior de Minas Gerais, e na década de 50, ainda menor de idade, se mudou com a família para a cidade de Colatina, no Espírito Santo. Foi lá que começou a tentar a carreira de cantor se apresentando na Rádio Difusora da cidade.

O cantor começou cantando os sucessos de Chico Alves
 

Ele era fã de Francisco Alves, o Rei da Voz, e interpretava os grandes sucessos do cantor na Rádio Difusora. Fazia sucesso com sua voz melodiosa e aí lhe deram uma carta de apresentação que ele levou para o compositor Jair Amorim no Rio de Janeiro.

Na capital carioca, Altemar foi crooner em boates durante algum tempo até que Jair Amorim conseguiu que ele gravasse o primeiro disco, puxado pela música “Saudade que vem”. A repercussão foi pequena, mas ele não desistiu.

Em 1963 começou a se apresentar no programa de rádio “Boleros dentro da noite”, na Rádio Mundial, e dessas apresentações veio um convite para ir para a gravadora Odeon, na época uma das maiores do Brasil, onde assinou um contrato e logo gravou o primeiro disco, que rapidamente se transformou em campeão de vendas. A música principal era “Tudo de mim”, composta por uma dupla que se transformaria nessa mesma época em sinônimo de sucesso, Evaldo Gouveia e Jair Amorim.

 Foi cantando boleros que ele alcançou as paradas de sucesso
 

Um ano depois, com canções como “Que queres tu de mim”; “O trovador” e “Sentimental demais”, Altemar Dutra se tornou um dos cantores mais populares do país e uma referência em termos de música romântica, ganhando apelidos como o “trovador brasileiro” ou o rei do bolero nacional”.

A partir de 1969 ele fez um bela carreira internacional 
 

O sucesso fez com que o Brasil se tornasse pequeno demais para o talento de Altemar, que passou a gravar discos em espanhol e se tornou, a partir de 1969, o responsável pela venda de mais de 500 mil cópias de cada disco lançado na América Latina e nos Estados Unidos.

Casado com a também cantora Marta Mendonça, Altemar se tornou um nome muito popular nos Estados Unidos na década de 70, e chegava a fazer grandes temporadas lá se apresentando para a comunidade latino-americana. No final dessa década era apontado como um dos mais populares cantores estrangeiros nos Estados Unidos.

E foi justamente lá, em uma apresentação no clube noturno "El Continente", em  Nova York, que Altemar Dutra teve um derrame cerebral, com apenas 43 anos, e que calou uma das vozes mais afinadas da nossa música.

O cantor era casado com a também cantora Marta Mendonça
 

Alguns anos depois, enquanto o pai ainda vendia discos e era cultuado pelo público e pela crítica, o filho Altemar Dutra Júnior também resolveu seguir a carreira artística e os passos do pai famoso, mas os tempos eram outros e ele não tem o mesmo carisma do velho Altemar e sua carreira acabou não decolando.

A morte inesperada aos 43 anos repercutiu em todo o País
 
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