Colunistas - Rodolfo Bonventti

Elas eram bruxas, mas não conseguiram enfeitiçar os telespectadores da TV Tupi

20 de Junho de 2013
As Bruxas - Anúncio da novela 
 

Um elenco estelar, uma autora como Ivani Ribeiro e diretores de muito talento nem sempre representam um sucesso garantido quando falamos em teledramaturgia brasileira. Um exemplo disso foi a novela “As Bruxas”, um alto investimento da TV Tupi no início da década de 1970 e que não conseguiu “enfeitiçar” os telespectadores.

Dentro de uma linha vanguardista para o que se produzia até então e seguindo os passos da bem sucedida “Beto Rockfeller”, a novela de Ivani Ribeiro falava de filosofia de vida e das neuroses e das manias que muitos têm e precisam ser curadas para uma vida melhor. Entrava no ar os grupos de análise e a psicoterapia, bem como a eterna rivalidade entre as pessoas de bem e as pessoas do mal.

A novela, que estreou em 18 de maio de 1970, no horário das 20h, também sofreu com o sucesso de “Irmãos Coragem” na TV Globo e acabou mudando de horário dois meses depois, passando para as 21h30, quando a novela de Janete Clair na TV Globo já havia terminado. “As Bruxas” marcou aliás, o primeiro grande embate entre as duas maiores autoras de telenovelas que a nossa televisão já conheceu, com a vitória de Janete Clair, neste caso específico.

As Bruxas - Maria Isabel de Lizandra, Joana Fomm e Claudio Correa e Castro
 

O elenco de “As Bruxas” foi um destaque a parte com nomes que representavam o que de melhor havia nos nossos palcos e nas telas de cinema e TV na época. Do lado do mal estavam os atores Cláudio Correa e Castro, Nathalia Timberg, Débora Duarte e Joana Fomm, que a partir dessa novela fez uma longa e brilhante carreira nas nossas novelas. O bem se materializava na história a partir do personagem de Walmor Chagas, um psicólogo que comandava as sessões de psicoterapia e as reuniões de um grupo que incluíam como clientes os personagens de Maria Della Costa, Carlos Zara, também um dos diretores da novela ao lado de Wálter Avancini, Lima Duarte, Maria Isabel de Lizandra, Aracy Cardoso e Odete Lara, outro grande nome do cinema nacional que encarava uma novela de grande duração pela primeira vez.

A novela se estendeu até meados de novembro de 1970, mas não conseguiu repetir o êxito de outras produções da TV Tupi, que começava a sentir uma pressão muito forte vinda das novas produções e estrutura da teledramaturgia produzida pela TV Globo.

Ainda no grande elenco da novela da Tupi estavam  nomes como Wálter Forster, Lélia Abramo, Yvan Mesquita, Tony Ramos, Dênis Carvalho, Marilu Martinelli, Patricia Mayo, Kate Hansen, José Parisi, o então menino Haroldo Botta, Homero Kossac, Dirce Militello, Osley Delamo, Terezinha Cubana e o estreante Juan de Bourbon

E na próxima semana: quem tinha medo da verdade na TV?

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