Colunistas - Rodolfo Bonventti

Um dos mais premiados atores nacionais

27 de Março de 2015

Descendente de uma tradicional família de artistas, Jardel Frederico De Bôscoli Filho, era filho do grande empresário teatral Jardel Jércolis e da atriz Lídia Bôscoli e parente próximo do compositor e produtor Ronaldo Bôscoli.

Jardel no inicio da carreira no filme "Floradas na Serra"
 

Ele até tentou fugir do DNA artístico e seguir a carreira militar, mas acabou nos palcos, inicialmente utilizando o nome de Jardel Jércolis Filho, na década de 40 e trabalhando na Companhia Teatral Dulcina & Odilon.

Na década de 50 passou a assinar apenas como Jardel Filho e fez uma carreira brilhante tanto nos palcos como no cinema e na televisão. No teatro a estréia foi em 1947 na peça “Desejo”, e no cinema dois anos depois em “Dominó Negro”. Na televisão ele chegaria apenas em 1965, nas primeiras novelas da TV Globo.

 

 

Um dos mais premiados atores brasileiros, Jardel Filho já estreou nos palcos conquistando o de revelação do ano pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais (ABCT), na peça “Desejo”. Depois ele colecionaria muitos outros prêmios tanto no teatro como no cinema, e sempre foi favorito para o prêmio de melhor ator na TV em trabalhos memoráveis como o Renatão de “Assim na Terra como no Céu” em 1970; o Barão Otto Von Muller de “O Homem que Deve Morrer” de 1971; o Aristarco de “Memórias de Amor” em 1979; o Tássio Von Strauss de “Coração Alado” de 1980 ou o Heitor de “Sol de Verão”, seu ultimo trabalho em 1983. 

Sucesso no teatro com Maria Della Costa em "Moral em Concordata"
 

No cinema teve atuações de destaque em “Uma Pulga na Balança” e “Floradas na Serra”, ambos na Cia. Vera Cruz, e neste último contracenando com Cacilda Becker, ambos em interpretações brilhantes. Fez ainda “Moral em Concordata” ao lado de Maria Della Costa; “Crônica da Cidade Amada”, ao lado da primeira esposa, a também atriz Márcia de Windsor; “Terra em Transe” ao lado de Paulo Autran e Glauce Rocha, que viria a ser a sua segunda esposa; “Macunaíma”, em uma premiada interpretação ao lado de Paulo José e Grande Otelo; “A Viúva Virgem”, comédia que foi sucesso de bilheteria nos anos 70 ao lado de Adriana Prieto e Carlos Imperial; “A Batalha dos Guararapes” contracenando com José Wilker; “O Bom Burguês”, em 1979 e “Pixote, a Lei do Mais Fraco” com outro desempenho brilhante em 1980 no premiado filme de Hector Babenco.

 

Com Glauce Rocha, que foi sua mulher, e José Lewgoy em "Terra em Transe"
 

Jardel Filho foi um dos grandes nomes do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC) na segunda metade dos anos 50, em São Paulo, e fez parte das primeiras novelas da TV Globo, a partir de 1965, quando participou de “22-200 Cidade Aberta”; “A Ponte dos Suspiros” e “Verão Vermelho”, onde foi o protagonista ao lado de Dina Sfat.

Na sua brilhante carreira ele atuou em 17 novelas ou minisséries, sendo 15 na TV Globo, uma na TV Tupi e uma no SBT, “O Espantalho”, em 1977, escrita por Ivani Ribeiro.

Ao lado de Sandra Bréa no sucesso da TV, "O Bem Amado" de 1973
 

Ele também marcou sua passagem na nossa teledramaturgia por ter falecido vitimado por um ataque cardíaco fulminante, em sua casa, quando faltavam menos de vinte capítulos para serem gravados da novela “Sol de Verão”, onde ele interpretava o papel principal ao lado de Irene Ravache, Tony Ramos e grande elenco.

Da mesma forma como acontecera anteriormente com Sérgio Cardoso durante os últimos capítulos de “O Primeiro Amor”, a morte repentina de Jardel Filho, aos 55 anos, mexeu muito com o autor Manoel Carlos e com todo o elenco, só que dessa vez a solução da emissora foi não substituir o ator por outro colega, já que seu papel era muito marcante, mas realizar um repentino desaparecimento do personagem na trama, que acabou de ser escrita por Lauro César Muniz.  

Trabalho marcante na novela "Coração Alado" com Aracy Balabanian
 

 

 

Jardel foi casado mais três vezes, em relações que não duraram mais do que dois ou três anos, com a empresária Maria Augusta, com a atriz Myriam Pérsia, com quem teve a primeira filha, a também atriz Tânia Bôscoli, com quem ele contracenou no filme “Rio Babilônia”, e por último com Beth, que também lhe deu mais uma filha, a produtora Adriana de Bôscoli.  

Último trabalho em "Sol de Verão" ao lado de Irene Ravache e Cecil Thiré
 
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