Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Gilda de Abreu

30 de Setembro de 2014
Gilda de Abreu começou a carreira no cinema em 1933

 

Ela foi atriz, cineasta, cantora, radialista e roteirista, enfim, uma estrela que tocava os sete instrumentos nas décadas de 40, 50 e 60. Ela era Gilda de Abreu, filha de um diplomata brasileiro e de uma cantora lírica, que teve a sorte de nascer na bela capital francesa, Paris.

Gilda veio para o Brasil ainda menina e aqui, a partir de 1933, construiu uma carreira de grandes sucessos e se tornou uma das mulheres mais influentes do cinema brasileiro, em uma época em que poucas presenças femininas tinham algum poder de decisão no que se produzia para as nossas telas.

Gilda no filme que a consagrou: "Bonequinha de Seda"

 

Começou como atriz e em 1936 interpretou seu papel mais marcante no cinema, ela foi a protagonista de “Bonequinha de Seda”, um clássico do nosso cinema que teve produção de Ademar Gonzaga e direção de Oduvaldo Viana.

Mas ela não se contentava apenas em ser atriz ou radialista e, em 1946, estreou como diretora e roteirista com outro clássico do cinema tupiniquim: “O Ébrio”, estrelado pelo seu marido, o cantor e ator Vicente Celestino. Gilda foi a segunda mulher a dirigir uma fita no Brasil, a primeira foi Carmen Santos, poucos anos antes.

Gilda e o marido, Vicente Celestino, em "Coração Materno" de 1951

 

 

O sucesso do filme, que contava a história de um cantor, que por uma desilusão amorosa se entregava ao alcoolismo, guindou Gilda de Abreu ao estrelato e ao reconhecimento como uma das mais importantes figuras femininas da história do cinema brasileiro.

Ela também dirigiu outros filmes significativos como “Pinguinho de Gente”, em 1947; “Coração Materno”, em 1951, onde também atuou como atriz ao lado de Vicente Celestino e “Chico Viola não Morreu”, um documentário sobre Francisco Alves, o Rei da Voz.

Além de atuar como radioatriz e apresentadora de programas de rádio, Gilda também dirigiu peças teatrais e escreveu alguns livros, um deles sobre a vida e a carreira de Vicente Celestino, seu marido, que morreu em 1968.

 Ela foi a segunda mulher a dirigir no cinema brasileiro

Com a morte de Vicente ela se retirou da carreira e acabou se casando novamente, nove anos depois, com o cantor lírico José Spinto, mas morreu dois anos depois, aos 74 anos de idade.

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