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Seconci-SP: como evitar acidentes com elevadores a cremalheira nas obras

22 de Julho de 2025

Engenheiro de Segurança do Trabalho faz nove recomendações para preveni-los

A crescente ocorrência de acidentes envolvendo elevadores a cremalheira nas obras de edificações tem levantado sérias preocupações sobre a segurança na montagem e operação desses equipamentos, a necessidade de fiscalização e a formação dos profissionais envolvidos. Neste sentido, diversas providências podem ser adotadas para evitar esses acidentes.

Este é o tema de artigo de Anderson Barbosa, engenheiro de Segurança do Trabalho do Seconci-SP, por ocasião do Dia Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (27 e julho). Com base em sua experiência pessoal no tema e em entrevistas com o engenheiro Robson Leite e o montador Luilmo Barboza da Silva, o profissional do Seconci-SP aponta os principais fatores causadores dos acidentes:

• combinação de erros de montagem com excesso de confiança dos montadores;

• pressão por prazos e desorganização do canteiro de obras;

• falhas na manutenção e operação;

• falta de conhecimento sobre os esforços produzidos nas peças, parafusos e na base da torre do equipamento;

• torres fora do prumo, amarrações mal feitas e cancelas inoperantes;

• ausência de uma sólida formação profissional dos montadores.

O engenheiro ainda ressalta a necessidade de observância dos procedimentos exigidos na Norma Regulamentadora 18 – Saúde e Segurança do Trabalho na Indústria da Construção, em relação segurança desses equipamentos, combinada com o atendimento dos requisitos constantes da Norma Técnica ABNT NBR 16200 - Elevadores de Canteiros de Obras para Pessoas e Materiais com Cabina Guiada Verticalmente - Requisitos de Segurança para Construção e Instalação.

Recomendações

Barbosa propõe o seguinte conjunto de nove ações coordenadas, envolvendo fabricantes, locadoras, construtoras, montadores, operadores e órgãos de fiscalização:

  1. Desenvolver e implementar cursos profissionalizantes específicos para montadores e operadores de elevadores a cremalheira, abordando não apenas os procedimentos operacionais, mas também os princípios de engenharia, mecânica e física envolvidos no funcionamento e na montagem desses equipamentos. Isso inclui o estudo de esforços em peças, parafusos e bases da torre.
  2. As empresas deveriam investir em programas de treinamento contínuo e reciclagem para todos os seus colaboradores envolvidos com esses equipamentos, evitando excessos de confiança e negligências.
  3. O Crea (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) e o Ministério do Trabalho deveriam intensificar as fiscalizações em canteiros de obras, verificando o cumprimento da NR 18 e da NBR ABNT 16200, a qualificação dos profissionais e as condições de segurança dos equipamentos.
  4. Estabelecer e aplicar punições mais severas para empresas e profissionais que descumprirem as normas de segurança, visando coibir práticas inadequadas e irresponsáveis.
  5. Desenvolver e implementar procedimentos padronizados e detalhados para a montagem, desmontagem e manutenção dos elevadores com checklists rigorosos e acompanhamento técnico qualificado.
  6. Realizar inspeções periódicas rigorosas, com a emissão de laudos técnicos por profissionais habilitados, garantindo que qualquer anomalia seja identificada e corrigida antes que se torne um risco.
  7. Dar atenção especial aos pontos críticos como o prumo das torres, a qualidade das amarrações e o funcionamento das cancelas, frequentemente negligenciados.
  8. Promover campanhas de conscientização sobre a importância da segurança em elevadores a cremalheira, envolvendo todos os níveis hierárquicos das empresas e os trabalhadores.
  9. Incentivar uma cultura em que os trabalhadores se sintam seguros para reportar condições inseguras ou falhas nos equipamentos, sem medo de retaliação.

“Ao adotar essas recomendações, o setor da construção civil poderá avançar significativamente na prevenção de acidentes com elevadores a cremalheira, protegendo vidas e garantindo a continuidade das obras com segurança e responsabilidade", afirma Barbosa.z

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