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Índice de brasileiros com dívidas em atraso apresenta queda em janeiro

2 de Fevereiro de 2024

Número de pessoas que se consideram muito endividadas reduziu chegou a 17,3% aponta PEIC

Foto: Freepik

O número de brasileiros com dívidas em atraso chegou ao menor nível desde março de 2022, totalizando 28,3%, segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). O levantamento aponta que 78,1% das famílias relataram ter dívidas a vencer. Entretanto, houve uma queda no número de pessoas que se consideraram muito endividadas, chegando a 17,3%. 

O resultado mostra uma melhora significativa do risco do endividamento brasileiro, indicando que a população está em melhor situação financeira no início de 2024. O Paraná foi o Estado com o maior volume de endividados (91,1%). Já em relação à inadimplência, o Rio Grande do Norte ficou em primeiro no ranking com 56,6% e o Rio de Janeiro com o maior número de pessoas sem condições de quitar as contas (21,5%).

Para o especialista Fernando Lamounier, educador financeiro e diretor da Multimarcas Consórcios: “A queda foi impulsionada com o recuo da inflação, redução da taxa de juros e o aumento das oportunidades temporárias de final de ano. Os fatores melhoram o orçamento familiar dos brasileiros”. 

O cartão de crédito continua sendo a modalidade com maior participação no volume de endividados, representando 86,6% dos devedores. O meio de pagamento segue apresentando a maior taxa de juros dentre as opções de crédito (434,4%) e, consequentemente, o maior nível de inadimplência (53,0%). “As pessoas vêm utilizando a modalidade para compras do dia a dia e a capacidade de parcelamento levou-as a acreditar que, ao dividir uma compra, a dívida fica menor, quando na realidade as pessoas estão apenas antecipando dívidas do próximo mês”, explica o especialista.

Crédito pessoal, financiamento imobiliário e o crédito consignado também aumentaram no ano (1,6 p.p., 1,4 p.p. e 0,6 p.p., respectivamente). Porém, outras modalidades perderam representatividade na carteira de crédito dos consumidores. Os carnês tiveram a maior redução, com 2,4% nas dívidas, mas permanecem como o segundo meio de pagamento mais procurado. 

O especialista ressalta que o número de endividados continua alto, fato que liga um alerta para a educação financeira ser mais incentivada entre os brasileiros. A falta de consciência sobre os gastos causa o endividamento de muitos jovens que não conseguem manter as finanças pela ausência de instrução apropriada.

Esta compreensão beneficia não apenas o detentor do dinheiro, mas todos ao redor. Anotar os gastos e destacar as prioridades auxilia no planejamento para que se tenha condições saudáveis de manter o equilíbrio financeiro, sem gastos por impulso”, finaliza Lamounier.

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