Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Vianinha

31 de Janeiro de 2014
Vianinha escreveu para o teatro e TV

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Oduvaldo Vianna Filho, ou simplesmente Vianinha, como ele ficou conhecido no meio artístico e político brasileiro para diferenciar do pai, também um nome dos mais importantes na história do nosso teatro, foi ao mesmo tempo dramaturgo, roteirista de TV e cinema, ator e um ativo militante do Partido Comunista.

Estreou como ator, levado pelo próprio pai, em 1955, aos 19 anos, como integrante do Teatro Paulista do Estudante, com a peça “Rua da Igreja”. Irrequieto, de personalidade forte e muito combativo, Vianinha não se contentava em apenas ser ator e em 1959 estreou como dramaturgo, escrevendo um espetáculo que é montado até os dias de hoje; “Chapetuba Futebol Clube”, que foi um dos marcos do Teatro de Arena, que ele também ajudou a fundar.

Odualdo Vianna Filho, o Vianinha 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Embora tenha feito cinema, foi o principal ator de “O Desafio” na década de 1960 e esteve também em “Cinco Vezes Favela” de Nelson Pereira dos Santos, o teatro foi o grande foco da vida curta, porém rica em produção de Vianinha. Foi nos palcos que ele marcou seu nome com textos de faziam uma análise profunda da realidade político-social que o Brasil vivia nas décadas de 60 e 70.

Vianinha escreveu textos importantes como “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”; “Mão na Luva”; “Papa Highirte”; “A Longa Noite de Cristal”; “Em Família”; “Allegro Desbum” e “Rasga Coração”, a última delas, que só foi montada anos depois da sua morte.

Seus textos foram vítimas da censura por muitos anos, e quando conseguiam ser montados, acabavam levando prêmios como melhores espetáculos do ano. Foi assim que ele levou o Prêmio Moliére em 1966 e o Prêmio do Serviço Nacional de Teatro em 1974.

Vianinha em foto de 1972

 

 

 

 

 

 

 

 

Vianinha também é lembrado por ter sido, junto com Armando Costa, o criador do seriado de humor “A Grande Família”, em 1973, para a Rede Globo. Um sucesso imediato junto ao público e que se transformou em programa obrigatório das famílias e um dos campeões de audiencia da emissora carioca desde a sua estréia, com Jorge Dória e Eloisa Mafalda encabeçando o elenco.

Ele descobriu um câncer no pulmão em 1973, tentou um tratamento nos Estados Unidos, mas não conseguiu vencer a doença, que o levou com apenas 38 anos de idade. As últimas semanas, no Rio de Janeiro, Vianinha ocupou, mesmo preso a um leito, para terminar a peça “Rasga Coração”, considerada pela crítica como a sua obra prima, e que ficou censurada por muitos anos.

 

 

 

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