Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Dalva de Oliveira

21 de Outubro de 2013

Vicentina de Paula Oliveira nasceu em Rio Claro, no interior de São Paulo, em 1917. De uma família simples, ela estreou como cantora em 1937, adotando o nome de Dalva de Oliveira. E o primeiro sucesso veio em 1939 quando ela gravou um disco que tinha “Brasil” e “Noites de junho”, canções compostas, respectivamente, por Benedito Lacerda e João de Barro.

O sucesso das primeiras gravações a levou para o Trio de Ouro, composto por ela, Herivelto Martins e Francisco Sena. O grupo fez um sucesso enorme se apresentando em todas as rádios do país, em shows por todos os cassinos e teatros do Brasil e até no exterior. Foi também a fase em que Dalva se casou com Herivelto Martins, teve dois filhos, o também cantor Pery Ribeiro e o diretor Ubiratan Martins.

O casamento durou apenas oito anos e foi marcado por muitas brigas, várias delas em locais públicos, além de algumas traições amorosas. Com a separação, Dalva de Oliveira retoma sua carreira solo e se consagra como a rainha da voz e do rádio, em 1951, ao gravar sucessos como “Olhos Verdes” e o samba-canção “Ave Maria”.

A partir daí, a estrela Dalva conquista de vez o Brasil e a América Latina, e em 1951 faz uma temporada brilhante na Argentina, onde conhece o seu segundo marido, o empresário Tito Clement, com quem ela adota uma menina em Buenos Aires e passa a morar na capital argentina.

Mas esse casamento também não durou muito tempo e em 1963, já divorciada, Dalva de Oliveira volta definitivamente para o Brasil com a idéia de aqui passar o resto da sua vida ao lado dos três filhos. Ela se casa novamente, agora com um homem muitos anos mais novo, Manuel Nuno Carpinteiro, e tudo parecia tranqüilo para os dois até que eles sofrem um acidente automobilístico, em 1965, que resultou na morte de três pessoas e que levou Manuel para a cadeia por acusação de atropelamento e morte dessas pessoas.

Mesmo sem saber que estava no final da vida, Dalva de Oliveira grava em 1967 o grande sucesso de Zé Ketti e do carnaval daquele ano, a música “Máscara Negra”, e logo depois, em 1970, outra música imortal, “Bandeira Branca” de Laércio Alves e Max Nunes.

A cantora, também conhecida como o rouxinol da canção brasileira, morreu em 30 de agosto de 1972, aos 55 anos, vitimada por um câncer que lhe provocou uma hemorragia interna. Dois anos depois, ela foi tema da escola de samba Acadêmicos de Santa Cruz, no carnaval carioca, mesma homenagem que a Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense lhe dedicou em 1987, quando levou para a avenida o enredo “A Estrela Dalva”. 

Dalva de Oliveira foi uma das cantoras mais importantes do rádio e da nossa música popular nos anos 1950 e 1960, e seu sucesso e sua vida tumultuada também já geraram um espetáculo de teatro de muito sucesso, “Estrela Dalva”, e uma minissérie para a TV Globo, em 2010, “Dalva e Herivelto – Uma Canção de Amor”.

  

 

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