Colunistas - Rodolfo Bonventti

Eterna Memória: Sérgio Cardoso

11 de Outubro de 2013
Sergio Cardoso em Hamlet no teatro

Nascido Sérgio da Fonseca Mattos Cardoso, na capital do estado do Pará, em 1925, ele se preparava para ser diplomata quando recebeu uma carta que dizia que ele havia sido aprovado em um concurso para estrelar a montagem de “Hamlet”.

Assim nascia o ator Sérgio Cardoso, que aos 22 anos, realizava um grande sonho e derrotava inúmeros outros candidatos. A estréia nos palcos foi pelas mãos de Paschoal Carlos Magno, e a montagem de “Hamlet”, em 1948, foi um grande sucesso e revelou um jovem ator que já nascia com total domínio do palco.

Sérgio foi ator, diretor, cenógrafo e um grande empresário teatral. Entrou para o célebre TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, em 1950, protagonizando o espetáculo “O Mentiroso” de Carlo Goldoni. E foi no TBC que ele teve grandes momentos no palco, interpretando espetáculos como “Os Filhos de Eduardo”; “A Importancia de ser Prudente”; “Seis Personagens à procura de um Autor”; “Arsênico e Alfazema”; “Ralé” e “Anjo de Pedra” onde ao lado de Cacilda Becker chamou a atenção da crítica e do público.

Casou-se no início da década de 1950 com a atriz Nydia Licia com quem fundou a Companhia Nydia Licia-Sérgio Cardoso, em 1954, com um repertório só de textos nacionais. Um dos maiores sucessos da sua companhia foi uma nova versão de “Hamlet”, que inaugurou o Teatro Bela Vista, em 1956, espetáculo com o qual ele ganhou o premio Governador do Estado de melhor ator do ano.

Como precisa de dinheiro para investir na sua companhia de teatro e nas suas montagens, aos poucos Sérgio Cardoso foi aceitando convites para fazer teleteatros ao vivo na TV Tupi. Após a separação de Nydia Licia, na década de 1960, o ator resolveu “emprestar” todo o seu talento para a televisão e para o cinema.

E foi assim que a TV Tupi ganhou um galã de reconhecimento nacional em novelas como “O Sorriso de Helena”, de 1964; “O Cara Suja”  de 1965; “O Preço de Uma Vida” de 1966 onde interpretou o feio Dr. Valcourt; “Somos Todos Irmãos”, também de 1966 e “O Anjo e o Vagabundo” de 1967.

Mas foi em 1968 que Sérgio Cardoso conquistou todo o país ao viver um misterioso chofer português em “Antonio Maria”, novela de Geraldo Vietri e Wálter Negrão que ficou 10 meses no ar e que foi um dos mais retumbantes sucessos da emissora em teledramaturgia.

Consagrado nos palcos e na televisão, Sérgio se transformou em um dos maiores mitos da nossa dramaturgia e marco presença também no cinema em filmes como “A Madona de Cedro” e “Os Herdeiros”.

Sérgio Cardoso e Aracy Balabanian em Antonio Maria

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Foi para a TV Globo em 1969 para viver um papel duplo na novela “A Cabana do Pai Tomás”, onde foi ao mesmo tempo o Pai Tomás e um galã que imitava Clark Gable. Em 1970, fazendo par com Tonia Carrero, com quem já havia trabalhado no teatro, fez enorme sucesso na novela “Pigmalião 70” e em seguida repetiu a parceria na novela “A Próxima Atração”.

Sérgio Cardoso morreu em 18 de agosto de 1972, vitimado por um colapso cardíaco, aos 47 anos, enquanto gravava a novela “O Primeiro Amor” na TV Globo, onde fazia para com a atriz Rosamaria Murtinho, com quem já trabalhara em novelas na TV Tupi.

A morte inesperada do grande ator, a 30 capítulos do final da novela, provocou uma crise na teledramaturgia da Globo, que contou com a colaboração do ator Leonardo Villar, que aceitou substituir Sérgio e gravou os capítulos que faltavam como o professor Luciano. 

 

 

 

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