Colunistas - Rodolfo Bonventti

ETERNA MEMÓRIA: Leila Diniz (25/03/1945|14/06/1972)

20 de Setembro de 2013
Leila Diniz em Todas as Mulheres do Mundo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Leila Roque Diniz nasceu em Niterói, então capital do Estado do Rio de Janeiro, em 1945, e com apenas 16 anos já trabalhava como professora do maternal e do jardim da infância. Mas aquele trabalho era muito pequeno para uma jovem que almejava muito mais.

Aos 17 anos ela conheceu o estreante diretor de cinema Domingos de Oliveira e em poucos meses estava casada com ele. O casamento lhe abriu as portas para o cenário artístico, e ela estreou no teatro infantil com a peça “Em busca do tesouro”, além de começar a fazer propagandas de sabonetes e creme dental para a televisão.

Leila Diniz já provocava polêmica nos anos 1960

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Em 1964 ela já era vedete em um show de Carlos Machado e fazia teatro sério ao lado da premiada Cacilda Becker. Foi o suficiente para chamar a atenção dos diretores de TV e em 1965 ela estreava como atriz de telenovelas fazendo “Ilusões Perdidas” e “Paixão de Outono” em pequenos papéis.

Mas foi em 1966, que a estrela de Leila Diniz começou a brilhar intensamente. Nesse ano ela estreou no cinema, ganhou papéis de destaque nas novelas “Eu Compro Esta Mulher” e “O Sheik de Agadir”, ambas da TV Globo, e terminou o casamento com Domingos de Oliveira. Mas o fim do relacionamento não impediu que ele a dirigisse, em 1967, no filme “Todas as Mulheres do Mundo”, um sucesso de bilheteria e crítica com Leila e Paulo José nos principais papéis.

A partir desse filme, o fenômeno Leila Diniz tomou conta do país em novelas como “A Rainha Louca” e “Anastácia, a Mulher Sem Destino” na TV Globo, ou “O Direito dos Filhos”; “Vidas em Conflito” e “Dez Vidas” na TV Excelsior. O cinema passou a ter então a sua musa e ela conquistou o público em “Edu, Coração de Ouro”; “O Homem Nú”; “A Madona de Cedro”; “Fome de Amor” e “Os Paqueras”.

Leila, a musa do cinema no final dos anos 1960

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Já casada com o diretor de cinema Ruy Guerra, Leila entrou nos anos 1970 como a musa não só de Ipanema, como também do cinema e do teatro de revista que ela reviveu com maestria em várias montagens que fez, a maior delas, “Tem Banana na Banda”, em 1971. Ao mesmo tempo, a atriz irreverente e a mulher que desafiava todos os tabus da sociedade, perdia espaço na televisão, que se assustou com as entrevistas que ela dava e com a quantidade de palavrões que pronunciava em cada uma delas.

Desafiando a todos, Leila Diniz dá uma entrevista no início de 1970 para a revista “Pasquim” que se tornou histórica, onde a musa não economiza em polêmicas e em palavrões. Foi ela também a primeira mulher a ir para a praia grávida de oito meses e com um reduzido biquíni para a época.

No final de 1971, Leila dá a luz a Janaina Diniz Guerra e um pouco antes filmara “Mãos Vazias”, do diretor e amigo Luiz Carlos Lacerda, justamente o filme que a levou para fora do país, em junho de 1972, para acompanhar a exibição do mesmo no Festival do Cinema da Austrália. A saudade da filha, que era um bebê de apenas sete meses, a fez voltar antes do tempo para o Brasil e a tragédia aconteceu.

Leila Diniz como a Rainha da Banda de Ipanema

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A musa Leila Diniz faleceria em um trágico acidente com o avião da Japan Airlines, que explodiu em pleno ar quando sobrevoava a capital da Índia. A notícia e a confirmação de que Leila era uma das passageiras demorou um pouco para chegar ao Brasil, mas causou uma comoção nacional, já que Leila tinha apenas 27 anos, deixava uma carreira brilhante embora polêmica e uma filha recém-nascida.

 

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