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O que esperar do mercado de construção civil hospitalar para 2020

18 de Setembro de 2019

Por Vasco Rodrigues

Em meio a escândalos envolvendo empreiteiras, recessão econômica e queda na compra de imóveis por causa da crise, quem saiu perdendo foi o setor de construção civil. Após um longo período de queda, o setor passa a dar sinais de melhora e já é possível perceber mais otimismo por parte dos empresários do ramo - e me incluo nisso.

Por causa da crise, todos que atuam no setor tiveram que se reinventar e apostar na criatividade para superar as dificuldades. Nesse meio tempo, vimos muitas empresas fecharem as portas e quem conseguiu chegar até aqui de portas abertas é porque fez o dever de casa.

O segredo para manter os negócios funcionando bem mesmo em tempos de crise é focar no diferencial da empresa e deixar para explorar novos caminhos quando a situação estiver mais estável.

Como a construção hospitalar é o meu diferencial, foi nessa área que dei mais atenção. Mas como nem tudo são flores, para conseguir tirar as ideias do papel foi preciso reduzir custos e fazer mais com menos. Essa adaptação foi fundamental para manter os negócios nos trilhos, ainda mais porque estamos falando de um setor pontual e não se constroem novos hospitais todos os dias. O que mais vemos são reformas e ampliações ao invés de projetos que começam do zero.

De qualquer forma, uma das maiores dificuldades que encontramos no setor de saúde é provar para o cliente (e para a sociedade) que nossa empresa não é uma simples construtora.

Aquela ideia de que o hospital é um lugar estéril, sem vida, ficou no passado. Hoje, para ter sucesso na construção de hospitais é preciso desenvolver projetos cada vez mais humanizados, o que faz toda a diferença no tratamento ao paciente. É fundamental aliar o bem-estar a espaços produtivos e eficientes para a prática médica, com o propósito de agregar mais valor a essas obras.

Por isso, a maior inovação que que temos hoje na construção hospitalar é o aprimoramento do planejamento da obra. Os profissionais da construção civil precisam pensar o projeto hospitalar como um organismo vivo. Muita coisa muda ao longo do desenvolvimento do projeto e para alcançar os objetivos finais (sem esquecer o tempo e o custo da operação) é necessário cuidar como nunca do planejamento e do escopo.

O que a crise trouxe de positivo foi sua capacidade de nos tirar da nossa zona de conforto para pensarmos “fora da caixa”. A construção civil ainda é um setor muito conservador, então todas essas mudanças vieram para modernizar e trazer novidades para a área.

Agora, com perspectivas econômicas mais positivas é esperada uma diminuição do desemprego, o que trará consequências diretas para o setor. Mais pessoas empregadas geram mais renda, e quanto maior a renda maior é a busca por planos de saúde. O aumento na procura por planos de saúde causa uma demanda maior por leitos privados e, assim, mais hospitais são construídos. Com este cenário, as expectativas para 2020 são as melhores possíveis.

Vasco Rodrigues é presidente da Fator Towers, empresa de construção civil que há mais de 60 anos realiza empreendimentos nos setores hospitalar, residencial e corporativo com atuação em grandes obras no país.

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