Colaboradores - Tânia Voss

Leo Jaime em Dance Comigo - Entrevista exclusiva

8 de Julho de 2019

Leo Jaime é um verdadeiro showman. Cantor, compositor, músico, dançarino, a cara do Rock Pop. E de um Brasil moderno, sem perder as origens. Carismático, eclético, antenado e com um astral único, raro nas estrelas de hoje em dia, ele vem com sua história na Música e manda seu recado em mais um show em São Paulo, além de uma deliciosa entrevista.

 Venceu o quadro “Dança dos Famosos”, do programa “Domingão do Faustão”, em dezembro de 2018, ao lado da bailarina e professora Larissa Parison, empolgando e emocionando públicos de todas as idades.

“Dance Comigo”, novo show, tem Larissa Parison que faz algumas entradas, brilha solo e com seu partner Leo, e em dado momento atua como “regente’ da banda. Vale por um “quem sabe faz ao vivo” para todos os que acompanharam pela TV, e torceram por eles dois durante quatro meses no “Domingão”. Pra quem não viu, é a hora de constatar que, sim, é tudo isso, o cara é bom mesmo.

Os sucessos estão todos no roteiro, a começar por um raro, que Leo não se lembra de ter cantado em shows próprios, o impagável e histórico “Rock da Cachorra”. Tem também “Johnny Love”, composição de Alec e Yan, do Metrô, com o saudoso Joe Euthanazia (1955-1989), feita para a trilha de “Rock Estrela” em homenagem ao ídolo roqueiro francês Johnny Hallyday (1943-2017), em arranjo novo, surpreendente.

 Mais hits como “As Sete Vampiras”, “A Fórmula do Amor”, “Conquistador Barato”, “Mensagem de Amor”, “Gatinha Manhosa”, “A Vida Não Presta”, a genial “O Pobre” (parceria com Herbert Vianna)... E mais algumas que, lá em casa, pelo menos, sempre foram clássicas, como “É, eu sei” e “Sônia” (“Sunny”), lá do primeiro disco, ou ainda “Hot Dog” (“Hound Dog”), que Angela Ro Ro lançou em 1984 e cantou nos shows por décadas, e que Leo gravou com Cazuza.

“Exagerado”, escrita pelo parceiro e parça Leoni (com que Leo tem se apresentando em dupla, Leoni & Leonardo) junto com Ezequiel Neves e Cazuza) também não poderia faltar. O velho amigo que Leo indicou para o Barão Vermelho, lá nos primórdios, também é homenageado com uma versão de “Preciso Dizer Que Te Amo”, linda parceria dele, Cazuza, com Bebel Gilberto e Dé.

Um toque dançante com medleys, mashups, colagens e citações, em combinações inusitadas: é um trecho do classic rock “Sunshine of Your Love” (Cream) en “Ilegal, Imoral ou Engorda”, um pedaço de “Back on the chain gang” (Pretenders) em “Nada Mudou”, “Come As You Are” (Nirvana) colado em “Rock Estrela”...

As covers escolhidas revivem o melhor dos anos 1980 (sem nostalgia de timbres), a partir do hino “Geração Coca-Cola” (Legião Urbana) e das irretocáveis “Should I Stay or Should I Go?” (do Clash) e “Boys don’t Cry” (Cure).

Por essas e outras é que Leo recupera neste show uma pérola que tocava lá no comecinho da carreira como cantor, em 1981, na banda Nota Vermelha (que tinha Fábio Fonseca e os backing vocals de  Fernanda Abreu, posteriormente convidada para dar identidade importante à Blitz): “Miss You”, dos Rolling Stones, na época ainda vista por roqueiros e críticos como um desvio “discothèque” da turma de Mick Jagger.

Capaz de se reinventar inúmeras vezes ao longo da carreira (como ator, apresentador, ator, hitmaker, escritor, pai palestrante), ele lembra que conheceu Fernanda Abreu e a trouxe para a música a partir do contato como colega das aulas de balé que fazia na Academia Tatiana Leskova, em Copacabana. No próximo 13 de julho se apresenta no Tom Brasil às 22 horas, em SP.  

Carinhosamente, cedeu mais uma super entrevista ao nosso site e abriu mais seu coração

CV- Você está melhor a cada dia. Ser chamado de showman te agrada ou não?

"Acho que é uma boa definição do que eu faço. Obrigado por achar que estou melhor a cada dia. Continuo tendo aulas de canto, dança e treinando para ser um melhor guitarrista. Há sempre muito o que aprender e muito para não desaprender também. "

CV- Amado por várias gerações, como você sente a música de hoje e o que mais escuta em casa?

"Escuto de tudo. Atualmente tenho gostado de descobrir mais informações sobre discos e shows que foram muito importantes na minha juventude. Na época era difícil ter acesso a estas informações. Os filmes sobre Queen e Elton representam bem esta vontade de ver mais de perto alguns expoentes. Escuto coisas novas também. Greta Van Fleet, Bilie Eilish se misturam a Francisco El Hombre e Paul McCartney e Deep Purple. Não tenho me ligado muito na cena pop internacional mas adoro o Bruno Mars. Achava que o Timberlake seria o seguidor natural  do Michael Jackson mas hoje acho que o Bruno está mais nos trilhos, "

CV- E relembrar a banda Nota Vermelha no show? Nostalgia em ritmo de rock?

"Nem é nostalgia, é integração mesmo. Pegar coisas que eu cantava nos meus primeiros shows e trazer para os dias de hoje me fazem conectar com quem eu sou, fui, com a dança, que era muito presente na minha vida naquela época. Gostar de ser quem eu sou tem sido um bom caminho oferecido pela maturidade."

CV- Fernanda Abreu, fale sobre sua amizade com ela e influências

"Nos conhecemos há muito tempo. Fazíamos aula na mesma escola de Ballet, da D. Tatiana Leskova, embora em turmas diferentes. Ela era muito mais adiantada que eu. E eu a ouvia cantando no vestiário. Achei que devia convidados-la pra cantar em uma banda para a qual eu tinha sido convidado. Ela topou e chamou uma outra amiga, Virginia,  que cantava em um coral junto com o irmão dela, Felipe (meu professor de canto). Em seguida ela foi convidada para integrar a Blitz. Nesta época dividíamos um apartamento sem telefone ou elevador no Cosme Velho, Rio.Todos começando a vida e descobrindo o sucesso. Ela é uma artista excepcional. E uma amiga maravilhosa. Tenho muito orgulho de minha amizade com ela. E com o Felipe"

CV - Qual o ponto forte desse show em São Paulo?

"O Rock. A energia do rock. Mais contundente do que eu costumava fazer. Menos rockabilly e mais rock and roll. Mais dançante. A ideia é essa, a de cumprir minha função. Todo mundo me diz que adora dançar minhas músicas, que são animadas, divertidas. E o show reúne músicas dos primeiros shows, de bandas que eu curto, todos os meus sucessos (ou quase). É uma festa, uma celebração. Sou eu dizendo: Dance comigo. "

CV- Quais seus projetos até o final do ano e 2019

"Por enquanto é estrear o show em São Paulo e torcer para viajar o Brasil inteiro cantando, tocando com esta banda espetacular, dançando com a Larissa no show que eu acho que é o melhor que já fiz, mais bem produzido e caprichado.  Depois a gente vê o que vem depois. Rs"- conclui o maior roqueiro nacional.

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